sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Young folks!

And now...

(tambores)

From me for you all, lady's and gentlemen...

(tambores)



:) Fiquem bem! *

I'm living la vida loca

Ando exausta!
Estou a viver, definitivamente, la vida loca!
Assumo, por tristeza minha, que já não tenho idade física nem mental para esta atribulação.
Bem, isto porque ontem à noite deparei-me com um cenário negro, para não dizer outra coisa mais violenta. Só me resta o sono para me alienar um pouco da realidade.
Acabei de me inscrever para um exame na mui universidade do ***** (não quero ser demasiado especifica. Ao longo do texto irão perceber a razão) e a verdade é que não sei se conseguirei passar os dias de 24 horas para 70/80 horas. Estou a precisar urgentemente desse dom.
Estou exaurida!
Quero só deixar uma pergunta para vocês caros leitores. Pretendo que sejam sinceros, honestos nas vossas respostas.
O corpo é entendido não só como um conjunto físico e psiquico do homem, mas também como as relações fisiológicas inerentes ao funcionamento do corpo e da vida de cada pessoa. De facto, o estado de saúde físico, psiquico comporta bens como o sono, tranquilidade e o repouso que estão intimamente ligados ao funcionamento do corpo e cujas ofensas e violações directas ou indirectas motivam o apuramento de responsabilidade civil.
Perante isto reflicto sobre a minha breve presença na universidade e deparo-me com uma panóplia de ofensas à minha integridade física e moral, entre as quais destaco:
1) limitação das horas de sono;
2) sensação constante e perpétua que tenho um Q.I bastante inferior ao que pensava que possuia (cá está uma eufemismo);
3) constantes violações ao princípio da igualdade. Tenho sentido na pele!
4) perda das horas de recreio e lazer
5) entre outros...
Sinto-me mais acelerada, stressada, desiludida e com uma enorme sensação de falhanço.
Pergunto de quem será a culpa? Será meramente culpa ou dolo?
Ca está a questão que tão ansiosamente espero por uma resposta:
Posso intentar uma acção judicial contra sobre quem provoca todos estes danos na minha pessoa?
Sem mais,

Desafio: Pôr o nariz por uma causa



Sorrir faz bem. Todos o sabemos. Ou melhor, todos o sentimos.

É justo que todos, por mais penosa que seja a vida, tenham direito e razão para o fazer. A Operação Nariz Vermelho tem a difícil missão de levar gargalhadas mágicas às crianças hospitalizadas por este país afora. Os Doutores-Palhaço levam magia e sonhos a todos os que não conseguem, por amargura da própria existência, sorrir sem a sua companhia.

Enquanto cidadãos também devemos e PODEMOS ajudar, marcando o número 760 305 505. Mas isto não chega. Seria um acto isolado. Vamos divulgar esta causa, com coragem e lata de palhaço, com um mega-sorrisão nos lábios. Vamos levar-nos numa corrente de solidariedade. Eu acho que conseguimos, basta crer (e querer).

Ajudar, ajudar e ajudar. São estas as palavras de ordem que vão marcar este desafio que vos lanço agora:
  1. Tirem uma fotografia (de preferência pessoal) com um sorriso e um nariz de palhaço no rosto (pintem-no, façam montagem, mas empalhacem-se);
  2. Publiquem essa foto, juntamente com o número de telefone da causa. Peçam para que liguem para o número e ajudem. Afinal é essa a contribuição que a Operação nos pede.
  3. Entreguem o desafio a alguns blogues, notificando-os devidamente;
  4. Paralelamente, deixem o desafio aberto à restante comunidade das redes sociais. Com uma foto podemos levar isto ao Facebook, Hi5, Twitter... Até onde a solidariedade de cada um permitir.
Eu já respondo ao desafio numa próxima publicação, no Suor de um rosto. Até lá, ajudem. É assim que se presenteia quem tem pouca saúde para a vida que lhe resta viver.

Até à próxima,
Luís Gonçalves Ferreira

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Lágrima

Lágrima!
Tu que tropeças,
Rosto abaixo,
Quente e pura,
Crua e Cândida,
Neste olhar cabisbaixo.

Oh Lágrima que és fria.
Oh Morte que és gélida.
Oh choro que me matas.
Oh olhos que alegram e esvoaçam.

Alma que és quente,
Corpo que és frio.
Lágrima és tudo.
Beijo salgado reconfortante,
Amor escaldante,
Sorriso ardente,
Grito ofegante,
Berro estridente,
Vala de morte andante,
Saudade do viajante.

És Sentimento insípido,
Sem odor nem cor.
És Gente feita em matéria,
Na mais pura bravura,
Como quem cai e se levanta,
Com a força e a garra da Glória futura.

Oh Lágrima que me escorres,
Amassas e acorrentas.
Oh Lágrima que acalmas sem sentir.
Oh Alma que és água.
Oh Corpo que és líquido,
Lava-te e purifica-te!
Oh Lágrima volta!
Para Sempre.

Lágrima

Original de Luís Gonçalves Ferreira

sábado, 24 de outubro de 2009

Abecedário

Olá a todos!
Bem já cá não vinha há imenso tempo, isto da universidade tem que se lhe diga...
Como este blog se chama Piquenique das Letras, decidi dar o "meu" abecedário, ou parte dele, visto que não encontro palavras começadas com Y que me digam alguma coisa.

A- amigos
B- beijos/blogs
C- chocolate/cantar
D- Dealema
E- empatia
F- festa/F.C.Porto/Flávio
G- gula/Green Day
H- humor/hip hop
I- ironia
J- Jason Mraz
L- Luma/liberdade
M- música/MSN/mp4
N- net net net/Natália
O- objectivos
P- paixão/Portimão
Q- querer
R- rimas/Rita Redshoes
S- secundária/Sandrinha/séries
T- televisão/tosta (mista)
U- Universidade
V- Viseu/Vila Verde
X- xadrez » não
Z- ZéTube (You Tube)

Fiquem zen ;)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Felizes, Infelizes anos da Adolescência

Quem não se lembra daqueles anos? Se calhar, são os que nos marcam mais!

Não sei se já ultrapassei os limites convencionais do que é ser adolescente, mas tenho a certeza que a piada de muitas coisas já se está desvanecendo. Parece que se olha para tudo de uma maneira diferente, não é?
Seria injusta se não me lembrasse destes anos com uma certa saudade. Fico angustiada quando penso que não posso voltar atrás. Talvez tivesse aproveitado um pouquito mais!! Não teria pensado tanto no futuro, isso de certeza. De um ano para cá, desisti completamente de traçar o meu futuro. Estou a viver o presente e a recordar os bons aspectos do passado.
Por que será que as pessoas, os sítios, os cheiros, as roupas, até a simples torradita que se comia nos intervalos a correr ou a sangriazita nos marcam mais naqueles 14/15 anos?
Que anos!! Por um lado felizes, divertidos, estouvados, relaxados, totalmente irracionais, surreais! Por outro, havia sempre aqueles momentos meláncolicos, aquele sentimento que está toda a gente contra nós!
E era exactamente nesses momentos meláncolicos, normalmente madrugadores, que me dava "pica" para escrever umas quantas barbaridades. Hoje ao arrumar uns pensamentos da minha adolescência, deparei-me com um texto que na altura foi tão bom para desanuviar, expelir uma quantidade exarcebada de angústia, tristeza e dúvida.
Aqui vai:
"Hoje vi-te! Prometo! Não sabia que eras tu. Juro! Mais uma vez chamaste a minha atenção pelos teus caracois loiros. Agora mais dissimulados, deves saber. Considero que tens um cabelo ondulado. Reparei que ainda estava molhado nas pontas...Estavas de costa. Há quem diga que se sente os olhares de alguém importante quando se está de costas. Sabes que nunca acreditei. Já tínhamos comentado. Surpreendi-me, caí na minha própria ignorância. Não foi a primeira e espero que não seja a última vez. A vida perderia o seu encanto, caso não fosse assim.
Viraste te no momento em que te fisguei, no momento em que duvidei que fosses tu. Nesses milésimos de segundos, pensei que já estivesse com alucinações. Tens esse poder sobre mim. Mas eras tu.
Vejo-te, sinto-te mais homem. O rosto de menino deu lugar a algo mais profundo.
Não tenho saudades tuas. Só dos efeitos que tens em mim. Estranho!
Quero saber de ti, mas não demasiado.
Quero ver-te, mas não quero voltar a sentir-te.
Quero te perto, mas não junto.
Quero guarda-te, mas não nas minhas coisas.
Sabes que fechando os olhos, imagino-te aqui. Imagino-te com 3, 15, 20 anos. Consigo mergulhar na tua cabeça e viajar nela. percorrer o seu passado e tentado desesperadamente adivinhar os seus pensamentos.
Penso demasiado em tudo. Tenho sempre algo a dizer e acredito que nem sempre tu ou os outros tenham tempo ou paciência para me ouvir. O mais engraçado é que falta sempre o essencial. Mas por que razão inventaram a palavra "essencial"? O que é essencial para mim, para ti?
Reflicto no futuro. Diante dos meus pensamentos, desenha-se uma casa só de um andar, um jardim sem flores, só com relva e árvores, oiço o ruído da água a correr do banho e eu a acordar...
O tempo é o que queremos fazer dele. Mas lembra-te: My heart will never be your home!
O pior de tudo é que sabes que és tu que estavas no banho."
Bem, usei aspas por algum motivo!
Seria improvável que agora escrevesse algo assim. Desenvolvi o capitalismo em mim não é?
Sem mais,

sábado, 17 de outubro de 2009

Ontem, hoje e amanhã, feliz!

Recentemente, pela manhã, tenho visto o Sol entrar pelo meu quarto sem saber qual o Norte, qual o meu meridional. As próprias voltas da minha utópica Rosa dos Ventos deixam-me com uma certa sensação estonteante. Não é que alguma vez tivesse sido de seguir trilhos planeados; nunca descobri o meu fio de prumo. Não obstante, e na senda de tal SanGraal, tenho-me vindo a dirimir nesta aprazível luta interior, introspeccionando com o passar das Primaveras: é tal a minha falta de comprometimento ao dia-a-dia, no seu mais infímo pormenor, na mais íntima característica minha, que me moldei - e com a mais séria (in)satisfação - finalmente, quiçá, à minha própria forma de ser. Não de estar.
Admito, pronto. Sou complexa. Nunca conheci persona tão intensa e convicta num instante, como frouxa e sem destino no momento seguinte; apelidada de fria e insensível nas primeiras horas do dia, e alvo de riso pela aurora, ao lamuriar a mão estendida dum pobre ou a vida duma formiga.
Apesar desta mísera tentativa, não sei falar sobre mim. Ou quando o faço, tende a ser fantasioso. Rio-me e praticamente chego a desprezar quem assegura que me conhece idiossincraticamente bem. Como o fará, se nem eu tal fim alcanço?
Sei que tenho fôlego para multidões, se bem que não coleccione pessoas, mas sim momentos. Sei sim que tenho em mim todos os sonhos do Mundo, mesmo não os alcançando de uma só vez. Vivo e revivo sem desculpas, e amo sem arrependimentos. Não aceito ficar sentada a ouvir tranquilamente o rio de Reis. Tanto me embalo em braços que me enlaçem, como rejeito uma mão que me segure.
Sou heroína nas minhas causas - adjectivada de sonhadora e apaixonada, com pés no chão para quem me fascina, e asas no céu para os meus passos. Constatei intrinsecamente, com o passar dos anos, que o que me é mais prazeroso é descobrir, conhecer, preencher lacunas cognitivas, moldar dogmas empíricos. Como uma fénix das cinzas, caio, aprendo e renasço.
Assumidamente confusa, multifacetada, heteronímica, e com um humor bastante volátil. Bipolaridade? Influências astrológicas? Especialistas rejeitam tal teorema. Feitio, rematam. Nada posso fazer contra este salero. Todavia, e, apesar de tal retórica mental que aqui vos prostro, sou feliz. Ontem, hoje e amanhã, feliz. Todos os resquícios de sorrisos e ternura são para mim reutilizáveis, perdurando na memória. Pois, como se tatuado estivesse na ponta da língua, o essencial é invísivel aos olhos. E, para quem "bem" me vai conhecendo, já sabe que é a minha doutrinal e singela sina.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

No Mundo das Interrogações

Quando é que o cativeiro

Quando é que o cativeiro
Acabará em mim,
E, próprio dianteiro,
Avançarei enfim?

Quando é que me desato
Dos laços que me dei?
Quando serei um facto?
Quando é que me serei?

Quando, ao virar da esquina
De qualquer dia meu,
Me acharei alma digna
Da alma que Deus me deu?

Quando é que será quando?
Não sei. E até então
Viverei perguntando:
Perguntarei em vão.

Fernando Pessoa

Num serão passado na companhia de amigas, daquelas que nos fazem pensar no impensável, vi-me a deambular pelo meu "mundinho interior", um mundo cheio de dúvidas, de questões para as quais não encontro resposta e tenho medo de as encontrar.

Não consigo descrever aquilo que senti, e que muitas vezes sinto, sem me perder na confusão dos meus sentidos, e nada melhor que a poesia para me auxiliar.

Utilizo Fernando Pessoa como a minha voz, aquele que através de palavras conseguiu exprimir aquilo que sinto, aquele que se questiona sobre o mesmo que me questiono, aquele que viverá perguntando, mesmo sabendo que em vão.

Sem mais,

Ana Rodrigues


terça-feira, 13 de outubro de 2009

Time After Time


Ao vaguear pela nostalgia do meu ser, acompanhada por músicas às quais designo de "deprimentes", não por serem más, mas por despertarem sentimentos mais profundos, por vezes até profundos de mais, eis que encontro aquela que vê "true colors", mas não foi esta música que me prendeu, mas sim "Time After Time".
Muitas mentes já devem ter apagado esta música das suas vidas, outras nunca a ouviram, umas fizeram dela música de namoro, outras de rompimento, houve quem dançasse ao som dela, houve quem a ignorasse. Pois bem, a minha mente nostálgica deixou-se envolver por ela.
Nada como recordar uma música que normalmente designamos de "antiga", para vermos que a nossa vida não é mais do que "pedacinhos" de antiguidade que nos levam até ao presente.
Sem mais,
Ana Rodrigues



Só porque é uma ternurinha:

sábado, 10 de outubro de 2009

Recordar é viver!

Quem não se lembra do primeiro beijo? Guardo no meu baú a imagem duma rapariga traquina, com collants à Peter Pan completamente desfeitos de tanta canalhada e futebol. A franja já existia, faltava-me um dente e a saia aos quadrados vermelhos e verdes completava o panorama. Tinha o maior sorriso do Mundo e o espírito dum passarinho. Ele convidou-me para brincar. Timidamente anuí. Ofereceu-me um berlinde - qual anel de diamante lapidado! Cantamos juntos Françoise Hardy. Ao fim do dia deu-me um beijo e só aí é que me disse o nome.
É triste. Nunca mais o vi. Circunstâncias da vida não me permitiram voltar à mesma escola. Nunca soube se lhe parti o coração. Familiares ainda hoje me gozam, contando em noites de Natal que aos cinco anos já bradei e chorei apaixonada dias a fio, como uma alma penada sem eira nem beira.
Destarte, meu salteador da inocência perdida, se porventura do Fado calhares de ler isto, alvíssaras.
E vocês, companheiros da vida, ainda se lembram? :) Bom estudo *


Nobre Banda no Nobre País numa Nobre Data

U2 EM PORTUGAL NO DIA 2 DE OUTUBRO DE 2010 (fazendo juz ao título)
Talvez a notícia já seja um pouco batida, rrre batida, mas a verdade é que ainda me não restabeleci da emoção que passara após a sua publicação!
Enfim, depois do trauma que passei por não ter ido a Alvalade, cá estão eles! Acredito que não será mais um daqueles concertos meramente porreiros, mas uma explosão de... Palavras para quê?! O melhor é mesmo experimentar!
Não sou daquelas fãs que querem garantir o futuro (Bono give me a son!), mas aprecio a música e tudo que envolve a banda em si, basicamente a sua intemporalidade.
Aconselho vivamente o concerto, mesmo correndo o risco do contágio da Gripe A!!!
Sem mais,

República Panicada

All The Right Moves
One Republic


Para além da sonoridade e da letra, gosto da composição estética do teledisco. Faz-me lembrar, assim de repente, neste louco processo associativo da minha mente, o videoclip da música I Write Sins Not Tragedies dos Panic! At the Disco e a novela (refeita entre o cinema e o teatro) Le Fantôme de l'Opéra de Gaston Leroux. Não sei por que é que acontece. (É da decadência psicológica*, só pode.)

Até à próxima,
Luís Gonçalves Ferreira

* Conceito a desenvolver em publicações vindouras. Não vá o leitor pensar que sou o editor musical deste humilde espaço. Tenho mais croquetes para dar, não se aflijam.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Uma nova utopia



A (super) nova música dos Within Temptation, tem de seu nome Utopia. Desloca-se um pouco do estilo habitual do grupo, mas é fantástica. Façam o favor de ouvir.

Até à próxima,
Luís Gonçalves Ferreira

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Bad Romance

Bad Romance
Lady GaGa


Até à próxima,
Luís Gonçalves Ferreira

Lá fora faz frio

A Vós Camaradas de Vida, desta batalha que é o nosso quotidiano, quero deixar um post em vossa homenagem!
Após um ano, chegou a altura! É estranho, soa mal pensar/dizer/escrever um ano. Parece que já vos conheço há muito, mas ao mesmo tempo tenho a noção de que foi apenas um ano e que ano! Nunca passou um tão rápido. Talvez por sermos tão parecidos e diferentes, tão crescidos e tão putos, tão sabedores e tão famintos do saber, tão empenhados e tão preguiçosos que desenvolvemos este elo de ligação forte e invisível. As melhores coisas da vida não são vistas, mas sentidas, não é o que se diz?
Parece vulgar tudo isto, pois é algo que dizemos quando estamos encantados. Apesar de às vezes me sentir alienada da realidade, sinto que isto não será mais um encantamento sem fundamento, sem futuro. Tudo depende da forma como encaramos o que nos rodeia, o que realmente é inerente a nós.
Penso que o que temos entre nós é um diamante em bruto. Resta-nos saber lapidá-lo.
Comparo a amizade a uma tábua lisa que se coloca entre os intervenientes e só se tem de saber encurtá-la, de modo a se estar cada vez mais próximo.
Torna-se complicado percorrer este caminho inospeto sem alguém para amenizar a queda.
É revitalizante pensar em vocês como parte integrante do passado, presente e futuro.
Enlacemos aos mãos, lá fora faz frio!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A Diva do Fado


É meu e vosso este fado
Destino que nos amarra
Por mais que seja negado
Às cordas de uma guitarra

Sempre que se ouve o gemido
De uma guitarra a cantar
Fica-se logo perdido
Com vontade de chorar

Ó gente da minha terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que a recebi

Ó gente da minha Terra
Letra de Amália Rodrigues

(excerto)


O Fado canta-nos. Amália Rodrigues, a diva do Fado, incorporou-se de nós e fez-se eterna. O povo português tem a saudade cravada no peito e na mente. Amália mostrou-se cheia de mágoa e tristeza, vestiu-se de preto e marcou a música portuguesa para a eternidade. Acusada, difamada, mas endeusada. É assim, por analogia, que nos mostramos enquanto povo com identidade e alma. Pensemos como são tantos os que, na praça, se glorificam e depois se cospem, por inveja ou incompreensão. Até o próprio Cristo, que nem português era, de nós sofreu.

Vozes recentes dizem que Amália vivia per si, sem o Estado Novo a instigar-lhe a fama. Os nomes amigos põe-na no estrangeiro, constantemente, alegando que não conseguia viver famosa ali, naquele sítio velho e anacrónico, comandado como mesa de Xadrez (e que vivia a preto e branco, qual a coincidência), sem tempo para xeque-mate. Eu acredito. (Sabe melhor acreditar que sim.)

Independentemente disso, o Fado é nosso. E a canção mais portuguesa de Portugal não é sem Amália, como o reggea não se conta sem Bob Marley. Amália tinha magia na voz, transformava os poemas com o instrumento mais importante da biologia humana. Há mérito em Amália e na guitarra portuguesa. O Fado por eles embalado eleva-nos ao sonho e à melancolia. Se a língua nos demonstra, a cultura nos define, a política nos molda e as descobertas nos entorpecem, o Fado caracteriza-nos. Não necessariamente o Fado de Amália, mas todo o Fado que conte o fado deste (outrora) afamado povo.

Ontem, por gralha linguística, disse: Para sempre Amália, a Diva da "pop". Queria dizer diva do Fado, é certo. Mas se Amália foi amada pelo povo, se o cantou, marcando-o para sempre, levando a nossa identidade áquem e além fronteiras, não podemos deixar de a considerar popular. Ser-se pop é ser-se do povo. Amália Rodrigues tinha Portugal no corpo e no trejeito.

Adormecemos, faz algum tempo, na penumbra das Glórias passadas. Fernando Pessoa queria um Quinto Império, no início do século passado. Hoje, queremos culturalizar a língua e o feitio, através de um certo europeísmo emergente. Aceito a evolução e o esbatimento de certas tradições em razão da modernidade e da evolução positiva. Contudo, não me agrada esta vergonha e preconceito em relação ao género musical que melhor trabalhamos. O Fado é nosso. Como a saudade o é e como a língua portuguesa sempre será. Somos nós em potência que vivemos ali, naquelas letras. Não só pelos temas, mas, sobretudo, pelos poetas que as escreveram. São portugueses. Pensam e sentem como nós. Se isto é Fascismo, então não sei o que é o desprezo pela identidade e pela Cultura. Há política no acto de se ser asno e pateta? Deixemo-nos de hipocrisias e de novos-riquismos. Amemo-nos. Fá-lo-emos na base do amor-próprio que se transformará, por consequência, num amor pelos outros e pelo seu talento.

1999 - 2009
Amália. Sempre Amália.
Até à próxima,
Luís Gonçalves Ferreira

domingo, 4 de outubro de 2009

Portugal Republicano

Um dia destes, no calor das canecas, finos e chouriços assados, dei por mim num típico ambiente inóspito de Portuenses sedentos de um feriado, feriado esse que imaginam vagamente que calha a 5 de Outubro. Para eles fim-de-semana prolongado. Para mim não. O que pode ter originado esta enraivecida tentativa funesta de categorizar a nossa História que, não valendo menos do que as outras, acreditem ou não, começa a ser comummente vilipendiada. Aquando isto, resolvi elaborar este rascunho minimamente esclarecedor acerca da Repúplica do nosso jardim para o mar plantado, não vá Camões (do Panteão à Barca dos Prazeres) pedir nacionalidade brasileira.
Portugal.
Um país re-europeizado e na senda do século XXI, que se presume per si curado dos seus demónios tradicionalistas, retrógados e imperialistas, vocacionado antes para repensar o seu universalismo criador de novos mundos que demos ao Mundo, com os quais convivemos em séculos de odisseias e cuja língua herdaram dessas longos convívios, tropicalizando essa tal "última flor de Lácio" de que falava Olavo Bilac.
As últimas décadas do século XIX foram percorridas por sucessivas crises, às quais a monarquia constitucional não foi capaz de responder - novas ideologias no seio dos grupos intelectuais levaram à criação de partidos que fugiam à área monárquica, o desenvolvimento industrial, e as disputas internacionais pela posse do continente africano, que levaram ao Ultimato Inglês, ferindo o orgulho nacional. Após o Regicídio de D. Carlos e respectivo príncipe herdeiro, sobe ao trono D. Manuel II que, apesar da tolerância face à oposição, não conseguiu superar a monarquia por mais de dois anos.
O 5 de Outubro de 1910 trouxe consigo a esperança de ver concretizado o ideal republicano de liberdade e de justiça, contra os privilégios consentidos por uma monarquia decadente, aliada à Igreja Católica. A liberdade, o municipalismo, o associativismo, a assistência social, o ensino e a laicização da sociedade, são algumas das bandeiras do ideário republicano. No entanto, a instabilidade política que se segue à derrocada do sidonismo faz com que a República não resista à fogueira que ateara contra católicos e monárquicos. No dia 28 de Maio de 1926, o general Gomes da Costa leva a cabo, a partir de Braga, um movimento onde conta com o apoio do Comandante Mendes Cabeçadas, a quem o presidente Bernardino Machado entrega o poder, pondo fim à 1ª República. Dão-se os alvores do primeiro Ministério da Ditadura Nacional.
Acarinho imortalizar os heróis que fincaram as ruas dos meus promenées. Citando W.E.B du Bois, "Chamam-nos Causas grandiosas - a libertação das mulheres, a educação das crianças, a supressão do ódio, do crime e da pobreza - todas estas e muitas mais. Mas chamam com vozes que significam trabalho, sacrifício e morte. Possamos nós descobrir maneira de cumprir a missão".
Abraços e pares de estalos para os troglóditas que não perderam nem perderão preciosos momentos de non-facere a ler isto.
E bom feriado!

sábado, 3 de outubro de 2009

Um dia aprendes...

Depois de algum tempo tu aprendes a diferença,
A subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E tu aprendes que amar não significa apoiares-te,
E que companhia nem sempre significa segurança.
E começas a aprender que beijos não são contratos
E presentes não são promessas.
E começas a aceitar as tuas derrotas
Com a cabeça erguida e olhos adiante,
Com a graça de um adulto
E não com a tristeza de uma criança.
E aprendes a construir todas as tuas estradas no hoje,
Porque o terreno do amanhã
É incerto demais para os planos,
E o futuro tem o costume de cair no meio do vão.
Depois de um tempo tu aprendes
Que o sol queima se ficares exposto por muito tempo.
E aprendes que não importa o quanto tu te imortes,
Algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceitas que não importa quão boa seja uma pessoa,
Ela vai ferir-te de vez em quando e tu precisas perdoá-la por isso.
Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobres que se leva anos para se construir confiança
E apenas segundos para destruí-la,
E que tu podes fazer coisas num instante,
Das quais te arrependerás para o resto da vida.
Aprendes que as verdadeiras amizades
Continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que tu tens na vida,Mas quem tu tens na vida.
E que bons amigos são a família
Que nos permitiram escolher.
Aprendes que não temos que mudar de amigos
Se compreendemos que os amigos mudam,
Percebes que o teu melhor amigo e tu
Podem fazer qualquer coisa, ou nada,
E terem bons momentos juntos.
Descobres que as pessoas
Com quem tu mais te importas na vida
São-te tomadas muito depress
Por isso sempre devemos deixar
As pessoas que amamos com palavras amorosas,
Pode ser a última vez que as vemos.
Aprendes que as circunstâncias e os ambientes
Têm influência sobre nós,
Mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começas a aprender que não te deves comparar com os outros,
Mas com o melhor que podes ser.
Descobres que levas muito tempo
Para te tornares na pessoa que queres ser,
E que o tempo é curto.
Aprendes que não importa aonde já chegaste,
Mas para onde estás a ir.
Mas se tu não sabes para onde estás a ir,
Qualquer lugar serve.
Aprendes que, ou tu controlas as tuas acções
Ou elas te controlarão,
E que ser flexível não significa
Ser fraco ou não ter personalidade,
Pois não importa quão delicada e frágil
Seja um situação,
Existem sempre dois lados.
Aprendes que heróis são pessoas
Que fizeram o que era necessário fazer,
Enfrentando as consequências.
Aprendes que a paciência requer muita prática.
Descobres que algumas vezes
A pessoa que tu esperas que te chute quando tu cais
É uma das poucas que te ajuda a levantar.
Aprendes que maturidade tem mais a ver
Com os tipos de experiência que tiveste
E o que tu aprendeste com elas
Do que com quantos aniversários já celebraste.
Aprendes que há mais dos teus pais em ti
Do que tu supunhas.
Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança
Que os sonhos são uma parvoíce,
Poucas coisas são tão humilhantes
E seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprendes que quando estás com raiva
Tens o direito de estar com raiva,
Mas isso não te dá o direito de seres cruel.
Descobres que só porque alguém não te ama
Da forma que tu queres que te ame,
Não significa que esse alguém
Não te ame com tudo o que pode,
Pois existem pessoas que nos amam,
Mas simplesmente não sabem
Como demonstrar ou viver isso.
Aprendes que nem sempre é suficiente
Ser perdoado por alguém,
Algumas vezes tu tens que aprender
A perdoar-te a ti mesmo.
Aprendes que com a mesma severidade com que julgas,
Tu serás em algum momento condenado.
Aprendes que não importa
Em quantos pedaços o teu coração foi partido,
O mundo não pára para que tu o consertes.
Aprendes que o tempo não é algo
Que possa voltar para trás,
Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma,
Ao invés de esperares que alguém te traga... flores.
E tu aprendes que realmente podes suportar...
Que realmente és forte,
E que podes ir muito mais longe
Mesmo depois de pensares que não podes mais.
E que realmente a vida tem valor
E que tu tens valor diante da vida!
As nossas dádivas são traidoras
E fazem-nos perder
O bem que poderíamos conquistar,
Se não fosse o medo de o tentar...


Com os brindes Outonais, dias sem horas de deleite e muita fadiga, eis que (e a custo de momentos de inércia) vos proponho uma lição aprendida e reapreendida, por e para todos os tempos, de William Shakespeare. Sei que para muitos não anexo nada de novo, embora eu própria o tenha lido recentemente, e senti perfeita sensação de encaixe e necessidade de o partilhar. Espero que vos agrade e que também se molde às vossas querelas quotidianas. Beijinhos (saudosos para os meus) :) *