quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Lágrima

Lágrima!
Tu que tropeças,
Rosto abaixo,
Quente e pura,
Crua e Cândida,
Neste olhar cabisbaixo.

Oh Lágrima que és fria.
Oh Morte que és gélida.
Oh choro que me matas.
Oh olhos que alegram e esvoaçam.

Alma que és quente,
Corpo que és frio.
Lágrima és tudo.
Beijo salgado reconfortante,
Amor escaldante,
Sorriso ardente,
Grito ofegante,
Berro estridente,
Vala de morte andante,
Saudade do viajante.

És Sentimento insípido,
Sem odor nem cor.
És Gente feita em matéria,
Na mais pura bravura,
Como quem cai e se levanta,
Com a força e a garra da Glória futura.

Oh Lágrima que me escorres,
Amassas e acorrentas.
Oh Lágrima que acalmas sem sentir.
Oh Alma que és água.
Oh Corpo que és líquido,
Lava-te e purifica-te!
Oh Lágrima volta!
Para Sempre.

Lágrima

Original de Luís Gonçalves Ferreira

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