terça-feira, 2 de abril de 2013

O Amor O amor, quando se revela, Não se sabe revelar. Sabe bem olhar p'ra ela, Mas não lhe sabe falar. Quem quer dizer o que sente Não sabe o que há de *dizer. Fala: parece que mente Cala: parece esquecer Ah, mas se ela adivinhasse, Se pudesse ouvir o olhar, E se um olhar lhe bastasse Pr'a saber que a estão a amar! Mas quem sente muito, cala; Quem quer dizer quanto sente Fica sem alma nem fala, Fica só, inteiramente! Mas se isto puder contar-lhe O que não lhe ouso contar, Já não terei que falar-lhe Porque lhe estou a falar.. Fernando Pessoa

sábado, 22 de setembro de 2012

domingo, 26 de agosto de 2012

She thinks she's the one, but she is just one in 24

Mais uma vez venho escrever sobre aquele tema: paixão, amor, ou que quer que seja que nos põe as pernas a tremer e o coração em fúria. Todos nós ansiamos viver plenamente um amor inesperado sem ser pensado, mesmo os mais incrédulos, grupo no qual me incluo assumidamente. Apesar de tantos estudos, de tanta discussão, o facto é que as explicações são insuficientes, cada caso tem as suas especificidades e generalizar é o maior erro. Mas, pf, deixem me generalizar um bocadinho e, talvez, exacerbar o pessimismo antropológico, mas se estão apaixonados, não me levem a mal. Pode ser que tu sejas a excepção, ou mesmo que daqui a alguns efémeros momentos, repares que, infelizmente, tudo não passou de uma grande fantochada e que, no fundo, abdicaste do teu tempo, pensa que muito provavelmente os momentos bons foram superiores aos maus. PÔr em prática o lema de "viver o momento" é buscar a felicidade. Estou a escrever e parece que os meus pequenos 21 aninhos já passaram há 40. E tudo isto porque hoje, pela milionésima vez, vi o Pretty woman. Juro que tentei não ver, até porque ver comédias romÂnticas não fazem o meu estilo de filme, mas este é um clássico, surrel, deva-se acrescentar. È, exactamente, como aquelas histórias do Pai Natal ou a Fadinha dos dentes que os mais novos acreditam. O Pretty Woman é a história que se conta aos adultos. Nós, pobres de nós, achamos que, um dia, aparecerá o Richard Gere, que, por sinal,tem medo de alturas, a trepar a nossa janela, para simplesmente nos beijar a mão. Não, não, isso não vai acontecer. Esqueçam. Se ainda acreditam em tal proeza, aposto que ainda espreitam a lareira, aniosas pela chegada do Pai Natal. Ou se vos aconteceu, sortudas. Considerem-se um pequenino, micro, nano nicho da sociedade feminina. Mas, porra, onde foi parar o romantismo? Será que só se lembram no ordinário Dia dos Namorados? Para ser sincera, prefiro que estas sejam questões retóricas, porque as respostas deles ainda irritam mais. Que se lixe o telemóvel ou o facebook. Chamem-me de antiquada ou de estranha, mas o meu facebook já foi À vida há algum tempo e não sinto saudades. O telemóvel iria para o mesmo caminho se não fosse o receio de ficar perdida no meio do monte ou de o carro avariar às tantas da manhã. A vontade de ler sms's desprovidas de qualquer verdade já teve mais piada, principalmente nos tempos da adolescência. "Sinto saudades tuas", "gostava tanto que estivesses comigo", "quem me dera estar aí contigo" ou até mesmo "amo-te" são frases banais. Sinceramente, não me interessa minimamente por onde eles andam, o que raio estão a arquitectar, porque, de certeza, que não estão a executar um plano para me/nos fazer sentir especial/especiais. Ora, de que é que nos serve saber que estão acolá ou olé? Resta-nos querer acreditar. Caso contário, damos em malucas ou fartamo-nos. Tomar os outros por garantido é um erro fulcral, seja até numa relação amizade. Infelizmente, só os amores platónicos são plenos, talvez porque são vividos como nós sempre ansiámos ou até porque qualquer sinal nos satisfaz. Será que só devemos amar quem ouve a mesma música? Será que devemos ter os mesmos gostos? Será que os opostos atraem-se, mas não resultam juntos? Com toda a certeza que já existem teses de mestrado que debitam palavras e mais palavras sobre esta temática. Remeto-me À minha insignifância e deixo que a vida me ensine, pois, afinal, não passo de uma mera leiga. Talvez, sejamos todos!