quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende até ao mar
Quem te vê ao vir da ponte
és cascata são-joanina erigida sobre um monteno meio da neblina.
Por ruelas e calçadasda Ribeira até à Foz
por pedras sujas e gastase lampiões tristes e sós.
E esse teu ar grave e sério
num rosto de cantariaque nos oculta o mistério
dessa luz bela e sombria
Ver-te assim abandonado
nesse timbre pardacento
nesse teu jeito fechado
de quem mói um sentimento
E é sempre a primeira vez
em cada regresso a casa
ver-te nessa altivez
de milhafre ferido na asa

"Quem escreve assim não é gago" já diz Rui Veloso.

2 comentários:

Anónimo disse...

É como te digo, quiçá com muito orgulho (com ou sem gins à mistura que, diga-se, já sentia falta), quem dera a muita boa gente ter alguém que retratasse a intimidade da sua cidade com tal paixão, como um cego a sua amada. Já o mesmo intensamente canta "só se ama alguém que ouve a mesma canção".

"E é sempre a primeira vez
em cada regresso a casa"

Amanhã será então mais uma das primeiras muitas vezes - e fico feliz de estar contente por lá regressar, como em todos os finais de semana em que me despeço da mais maravilhosa companhia - a vossa!

Despeço-me, não dispondo para convosco das prerrogativas de portuense invicta tão minhas de "altivez de milhafre ferido na asa" - porque "é mais aquilo que nos une, do que aquilo que nos separa"! =) E esta simples particularidade, meus queridos, quem dera a outros tantos!

Iluminada

Anónimo disse...

Uiiii isso é muito gin...xD

A eterna Maria das Dores