sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.


Alberto Caeiro

Nem mais! Um hino aos perfeitos desastes da natureza, que tremem das pernas como varas verdes, ficam com o discurso (que havia sido todo treinado de véspera) sufocadíssimo na garganta - que cujas cordas vocais só conseguem emitir vagos múrmurios, em acorde com a cabeça que abana mecânicamente em concordância -, atingem os desvaires dos suores frios e fogem aos sete pés e sete ventos naquelas alturas em que o terror é certeiro e eficaz (sim, e até se espetam contra paredes, ou vão por becos sem saída, sei lá! Not sexy.). Pessoa sabe-a sempre toda. Enfim.

2 comentários:

Diana C. Machado disse...

LOOOOOL
Acho que a partir de agora vou idolatrar Alberto Caeiro...Eu a pensar que Ricardo Reis era o meu heroi, que tinhamos a mesma mente, mas Alberto Caeiro tirou-me as palavras.

Um brinde c este maravilhoso gin (feito por ti claro!) aos cagões que nos rodeiam...Um bem haja! Quiça ate um brinde, hein? É de forma que se poupa guito no Natal.

Bem, concluindo estou muito feliz por estar contente com a nossa sala..estou a ser coerente??!

Ouvir Rui Veloso com este gin..que mais eu quero?

beijinhooooooo

Anónimo disse...

AH AH AH! Os ca**** (palavra mais rudezinha!) não são eles :D se bem que com este nosso feitio até andam de lado...

Beijinho!