quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Homens VS Carros

Antes de começar a dissertar sobre esta temática, que por sinal se assemelha bastante interessante, quero afirmar que sou uma acérrima defensora dos direitos humanos.
Uma pessoa não se compra, apesar de no desporto se utilizar essa terminologia. Sempre achei absurdo, já desde tenra idade. Bem, mas não estou aqui para falar da minha infância que é bem enfadonha, não para mim, mas para vocês.
Simplesmente vou começar por expor algumas ideias que provavelmente suscitarão alguns pontos de interrogação nas vossas brilhantes mentes. Não é de todo o meu objectivo ferir susceptibilidades ou ter um discurso feminista.

Ora, quando passamos por um stand de automóveis podemos olhá-los, desejá-los sem sermos alvo de julgamento. Para além do mais, poderemos eventualmente comprá-los. Ponham esta situação (só na teoria p.f) em acção, mas em relação aos homens.
Imaginem-se, caras senhoras, saírem à rua e passarem por um aglomerado de homens e terem aquele comportamento supracitado. “Ai Jesus, aquela mulher deveria ser internada. Maluca!”. É nesta sociedade em que vivemos. (A vontade de os comprar não tem sentido em relação aos homens!)

Agora, vamos imaginar que entramos no stand. Agrada-nos o que vemos. Queremos fazer um test drive antes de qualquer comprometimento sério. Sim, podemos fazer isso com os homens, mas não será que os estamos a usar? Podemos sempre ferir os sentimentos deles (se é que na verdade existem). Ah evitem rejeitar alguns. É que depois surge cada história disparatada.

Fizemos o test drive. Adoramos a sua performance. Compramos. A conta bancária fica mais magra, mas a boa notícia é que o nosso ego aumentará de certeza. Mostramos à sociedade, aos amigos. O máximo que nos pode acontecer é ser invejadas. Agora, e quando mostramos o nosso homem à sociedade? Corremos o risco de aumentar uns centímetros (se bem que indesejados!), bem como ouvir uns comentários se a coisa der para o torto.

Após o momento da venda, o carrito vem sempre atestado. Ainda dá para dar umas voltinhas à pala do stand. Iludem-nos um bocado, mas após uns kms percebemos logo a sua raça. Basta injectar combustível que os meninos voltam a andar. Agora e com os homens? Iludem-nos durante muito, muito tempo até nos apercebermos que comem como uns animais. Questionamo-nos: quem vai ter de cozinhar para aquele leão?

O carro ficará estacionado em frente aos nossos olhos por tempo indeterminado. Nós temos as chaves. Será que podemos estacionar os homens por tempo indefinido? Ah claro: quando ficam sentados no sofá para ver a bola. O problema é quando a bola se torna parte integrante deles.

Saímos do trabalho com uma enorme pressão sob as nossas costas. Quem é que não gosta de a descarregar, principalmente na estrada? Os nossos carros ouvem-nos, aturam-nos, não falam e deixam-se levar por onde nós quisermos. Com os homens? O mais provável é não quererem ouvir e darem conselhos disparatados. Os mais simpáticos levam-nos a jantar fora. Talvez levem os tampões para conseguirem usufruir de uma refeição sossegada. Maravilhoso.

Os carros trazem sempre consigo o livrete (agora, o documento único de automóvel), identificando todas as suas características, até o seu prato favorito (e único!). Os homens? Não. Temos que fazer um imenso esforço para conseguir decifrar aquilo que eles gostam, partindo do principio que os queremos agradar. Como percebe-los? Eis o cerne da questão. Penso que a suprema inteligência feminina não consegue descer tão baixo por mais que tente ao ponto de perceber o ridículo de que se compõe a massa cinzenta masculina. Eles não são complexos São demasiado fáceis, de tal modo que a pica de os perceber se desvanece logo após a primeira tentativa de compreensão.

Se porventura, o carro revelar alguns distúrbios, não temos qualquer problema de os devolver à origem (se ainda estiverem dentro da garantia!). Será que poderemos fazer o mesmo com os homens?

Quando vamos buscar o carro, sabemos se ele é um 1.4, 1.6, 1.9, 2.0. Com os homens? Depende de uma panóplia de factores.

O mais importante, pelo menos para mim, é que o carro estará lá sempre para nós, sem nunca nos atirar à cara que já nos aturaram inúmeras vezes. Terá os mesmos gostos musicais. Gostará das mesmas cidades que nós. Apreciará cada km percorrido feito por nós. Aceitará qualquer mudança, desde que se tenha respeito pelos seus princípios. Compreenderá se o deixarmos sozinho por algum tempo, pois saberá que durante essa ausência, esteve sempre no nosso pensamento. Nunca vai colocar isso em questão. Quem disse que é preciso falar para comunicar?
Saberá que se o queremos perto é porque realmente queremos senão não nos daríamos ao trabalho.
Numa descida, andará sempre connosco, mesmo sem qualquer incentivo.
Sim, é isso que nós, mulheres, desejamos.

Bem, parece que o carro consegue combater eficazmente o homem. O problema é que a espécie humana acabaria. É ditar o fim de algo maravilhoso da natureza.

5 comentários:

Anónimo disse...

Só para que conste: isto vai ser o poster da nossa sala!! Por cima da lareira, qual fotografia de família! Isto não é de génio, é de um deus sabedor de todas as coisas!
Avé Diana, cheia de graça, estamos convosco, Ámen!

Eu sem ti, quem era eu sem ti? :D

Iluminada*

Anónimo disse...

Ainda não consegui parar de rir. Tu não és má, ÉS PÉRFIDA :D

Diana C. Machado disse...

Eu???? Perfida?
Tu pediste me, eu fiz, mai nada!
LOL
epa. obrigada. Não é que soltei uma pequena lágrima a ver estes teus comentários?

Anónimo disse...

Isto é como o D.João III ter incumbido Camões de escrever a história do nosso país em cantos. Eu tinha a certeza que esta proeza se destinava à tua pessoa. Qual Carrie Bradshaw, qual Judite de Sousa, qual carapuça! Tu escreverias isto sem um olho, quiçá sem os dois, com as pernas às costas e com os braços algemados.

Anónimo disse...

AHAHAHAHAHAHAHAH nunca fui tao elogiada na minha vida
A serio, estou tocada.
Olha comparar me ao Camões.Epa, esquece: isto ficará p sempre marcado no meu coracooum.

Eu sem ti, quem era eu sem ti?