quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Mário Crespo e "O palhaço"‏

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.Ou nós, ou o palhaço.

Idem,

Obrigada Eduardo! "It's been a hard day's night" :) *

28 comentários:

Luís Gonçalves Ferreira disse...

Isto está literariamente perfeito. O CAA postou isso no Blásfemias, que coincidência :D

Beijoca

Anónimo disse...

Eu e o luís ja discutimos este assunto, até pode estar literariamente perfeito,mas nao deixa de ser, em minha opinião (já que muitos gostam de a dar)uma crítica pouco feliz,apesar de possuir palhaços à mistura, ou melhor,um palhaço tomado como um todo... Existem formas melhores de se criticar ferozmente o que quer que seja (mesmo que se queira criticar o tal "palhaço")

Nádia Alberto disse...

Caro Luís: o CAA, como um nobre Portuense, é uma mente ágil e brilhante, que sabe aliar a eloquência à coragem - característica desta mui nobre Invicta. Pena é falar muito rápido nas aulas, criticar muito sem armas para tal, sendo que, as piadas têm o seu quid de graça. É um bacano, gosto muito dele. O texto está digno do nosso querido Piquenique, não está?

Cara anónima: a crítica, quando mal intencionada, não surte efeitos. E mesmo quando o intuito é honesto e construtivo - como me parece o caso, até porque Mário Crespo (ficas então a saber) é um socialista desiludido com o seu líder - pode não provocar mesmo coisíssima nenhuma. O que é uma tristeza para qualquer dos nossos tão ambíguos pólos, e respectivos axiomas.
Cada um sabe o que quer para si. A mim custa-me bastante ver uns quantos por aí à sombra da bananeira desse palhaço, à custa de outrém.
Não obstante, seria mais sensato sem dúvida que criticassem menos, e agissem mais. É por tal sabido que a política nacional para mim é tabu!
Assumidamente esquerdina, mas só a usar a caneta ;) *

Luís Gonçalves Ferreira disse...

O palhaço é o PS. Pouco gente tem medo de dizer isto. Sim é digno do Piquenique e de um país livre e democrática. Nunca deixemos, por hoje e por amanhã, que este bicho medonho, tentacular, de esquerda, cheio de péssimas intenções, nos tome como parte de um todo musculado, onde o Estado é confundido com uma pessoa. Este caminho de Portugal assusta-me. Felizmente há Mário Crespo, CAA, Manuela Moura Guedes e mais alguns, onde há voz sem medo, embora lhe lancei as críticas, feitas de feras com freios, onde o regaço da liberdade está aprisionado no longo tempo de comportamentos ademocráticos.

Beijo!

Anónimo disse...

Manuela Moura Guedes?? Bebe água! Tira já essa beiçuda daqui.

Dra Croma filosófica aka Dra Iluminada

Anónimo disse...

Cada vez mais idolatro as palhaçadas deste nosso palhaço!
VIVA AO REI (ABSOLUTISTA) DOS PALHAÇOS...
Eu presto-lhe vassalagem. Embora não tenha sido de todo a minha vontade!

Cumps,
Dra Cromo Filosofica

Anónimo disse...

Os meus parabéns pelo vosso blog. Na generalidade, tem uns quantos seguidores bastante renhidos.
Nádia Dias: inteligência, humanidade, beleza e esta sagacidade na escrita é coisa rara numa pessoa só. Perdoa-me a ousadia, mas és uma verdadeira obra prima. Deslumbramento é pouco para definir o sentido...Aproveita bem estes dons.
Cumprimentos a todos

Eduardo disse...

Quando Mário Crespo fala do “palhaço”, fala daqueles que vivem à custa do Estado, que utilizam o Estado para subirem na vida e se promoverem, que o “usam”, no verdadeiro sentido da palavra. E isso é transversal a qualquer partido político que seja, esteja, ou tenha estado no Poder (PS, PSD, e já CDS – veja.se casos portucale, Celeste Cardona na Caixa Geral, etc etc).

Caro Luís,

o palhaço é o Estado, não é o PS. Tenho sérias dúvidas que com um governo PSD o país vivesse sem a chamada "claustrofobia democrática” – esse conceito indeterminado que ainda hoje ninguém apreendeu, quando usado por um PSD que nessa mesma altura eleva à categoria de fantástica, a majestática democracia madeirense.

Manuela Moura Guedes para mim não é pessoa “sem medo”, muito pelo contrário. Mas isso não é argumento para lhe meterem uns patins, se de facto isso foi verdade, da forma como foi noticiado.

Manuela Moura Guedes fazia um jornalismo baixo, fraco, sem qualquer tipo de responsabilização quer civil, quer penal, pelas suas difamações, seja ao PS, seja a Sócrates, seja aos pais da Maddie, seja a quem a for…eu mudo de canal, há quem goste (e havia muita), mas aqueles telejornais eram absolutamente vergonhosos.

Manuela Moura Guedes utilizava um telejornal para se promover, como sempre o fez, utilizando um poder fundamental, que em Portugal, ao contrário de outros países, ainda não é responsabilizado, porque não existem conselhos editoriais fortes, direcções de informação como deve ser, e uma verdadeira ética jornalística – quando digo ética, digo princípios deontológicos, os quais poucos jornalistas infelizmente respeitam.

Não quer isto dizer que defendo a sua saída da forma como foi, se de facto assim foi.

Saudações

Luís Gonçalves Ferreira disse...

Eduardo - Da mesma forma que a deontologia está para o jornalismo a ética está para a política. Que eu saiba, caro Eduardo, o Estado não compra nem vende robalos. Que eu saiba, caro Eduardo, o Estado não diz que está a ser escudo. O Estado não é esse conceito claro e límpido e fofinho que serve de arremeço e não tem nome, porque a ética é política e não é do Estado. O Estado não é pessoa. O Estado não é palhaço. O Estado não rivaliza com os votantes, nem é deposto por votos, como Mário Crespo diz no final. Melhor, o Estado não aprende inglês técnico nem se torna político. O Estado pouco mais é do que um conceito teórico. Conceito densificavel com pessoas, que preenchem as copulas e governam.

Que eu sabia, aos 17 de Dezembro, vivíamos, como vivemos, debaixo de um governo Socialista. Mesmo que o Estado tivesse nariz vermelho e fato às cores teria nome e teria rosto, porque o Estado é políticas e políticos. O palhaço é quem FAZ políticas e dirige e preenche demagogias com sorrisos cínicos. O palhaço é: Quem compra e vende robalos. Quem escuta e diz não ser escutado. Quem não tem género e não respeita os géneros. Quem. Quem actualmente o é é o partido do Governo.

Não me cabe conjecturar se PSD seriam iguais ou piores ou melhores. Porque na matilha, como nas profissões, há Alfas e Ómegas, onde uns são melhores que outros. Também se passa o mesmo no circo. O PS tem pessoas boas e pessoas más, boas e más medidas. O PS é, actualmente, na pessoa do senhor Primeiro-Ministro a cabeça do Estado (administração). É a cabeça deste Estado gigante e que desrespeito o Estado de Direito de forma vergonhosa. É um Estado que não percebe que as PESSOAS são o seu princípio e fim e que não se pode virar contra elas. A maioria absoluta, coisa de Partidos e não de palhaços doutra estirpe, acabou. O PS afunda o país numa ataraxia porque deu ao Presidente da República essa coisa que é o Eng.º Sócrates.

Palhaço, caro Eduardo, não será, provavelmente, o Estado, nem o PS, nem o PSD, nem o CDS, nem o BE, nem a CDU, nem Sócrates, mas, em ultima instância, os votantes. Esses sim têm o poder de pôr e depor. Como povo gostamos de palhaçadas, porque desde catraios vivemos num país de palhaços ademocráticos onde nem uma maioria relativa serve.

Palhaços não seremos nós, com certeza, que discutimos política e lemos este texto. Disso tenho a certeza. Somos mais inteligentes agora.

Obrigado por nos ter dado a ler este texto, embora com outra interpretação.

Cumprimentos!

Eduardo disse...

Caro Luís, é com todo o gosto que tertulio neste espaço.

A ética como dizes, deveria existir na política. Há tempos disse um dirigente socialista que “a minha ética é a lei” – algo perigoso, e já ensinado pela História – Holocausto, Nazismo e Apartheid, foram regimes ultra regulados e legitimados, quer pela lei, quer pelo sufrágio popular, no que toca ao regime alemão.

Essa “coisa” que é o Engenheiro Sócrates, foi eleita por duas vezes, não obstante tudo o que disse, e tudo o que é escândalo (ou como por aí dizem que qualquer móvel que em nossa casa, movemos ele aparece). Portanto, legitimidade política, tem ele, ou melhor, tem o seu governo, e tem o Parlamento. Quanto a acusações judiciais, até agora nada, a não ser circo, o normal circo televisivo.

O problema deste primeiro ministro, é o problema de muitos políticos portugueses, iniciados nas Juventudes Partidárias: Pedro Passos Coelho, José Sócrates, Marques Mendes, António José Seguro etc etc. Cursos ao domingo na Independente? (diga-se já agora a titulo de curiosidade, que Mário Crespo, foi docente dessa mui nobre instituição de ensino superior); Cultura de Jornal Gratuito, caciques políticos, subida no aparelho à custa de favores, à custa de angariação de financiamento, de eleitores, de jovens, etc etc.

Luís, esta discussão poderia também ser tida em Itália, no entanto, percebo perfeitamente porque Berlusconni ganha as eleições. Prodi durou praí um ano. Há uma coisa que os italianos prezam, que é estabilidade governativa. Porquê? Porque é que os italianos votam num “palhaço” que aprova uma lei no parlamento para o despenalizar? Porque é que o “palhaço” aceita as orgias, a sua namorada de 16 anos (qd ele tinha 70)? Porque é que o “palhaço” aceita um primeiro-ministro que apesar de estar a ser filmado, não se descura de simular a cópula a uma mulher polícia, rindo-se para a câmara, na onda “zézé camarinha Don Juan”? O "palhaço" é publicamente dono da maior empresa de comunicação social italiana.
Eu sinceramente, não me importaria de viver em Itália, se gosto desse circo todo? Claro que não gosto.

A questão coloca-se na alternativa, e ela não existe! E nós temos os políticos que merecemos. As pessoas revêm-se nos políticos, porque se tal não sucedesse, o engenheiros socas não ganhava as eleições. Manuela Ferreira Leite, apesar de todo o descontentamento, obteve uma derrota, porquê?

É só porque os portugueses gostam de “palhaços” corruptos? Tenho sérias dúvidas que as coisas possam ser reduzidas a esse ponto.

Este Estado, o estado das coisas, como diria Maquiavel, podia ser melhor, agora, eu não dou para o peditório de que vivemos numa “claustrofobia democrática”, num Estado Não de Direito, num Estado em que não há Justiça, num Estado que não respeita as pessoas, etc etc. – se quiseres podemos ter uma discussão semelhante sobre os EUA, uma das maiores democracias do mundo, com problemas tão ou mais graves que nós a nível de justiça, ética política, económica e social.

Mais uma vez, cumprimentos e saudações estaduais :)

Luís Gonçalves Ferreira disse...

A estabilidade não justifica tudo, nem a falta de alternativa deve servir de desculpa para a razão deixar de ser razoável e prudente. Não devemos ser cegos porque convém. Actualmente, o caminho socrático, socialista, deste nosso país assusta-me, seriamente. Deixa-me anestesiado e sem perceber o porquê. Para mim há alternativa, coerente e prática, pelo menos para descanso do meu neurónio político. Há um caminho que não passa pela difamação do poder judicial nem pelas caixas de robalos.

Quando nos compara com os EUA está a querer colocar duas coisas niveladas que são extremamente diferentes. Por razões culturais, política, económicas e sociais, os Estados Unidos são a maior economia do Mundo. Não os considero um modelo democrático para nós, europeus, embora eles o queiram parecer. A Administração nos EUA é substancialmente diferente da Portuguesa. Nos EUA há pouco Estado, onde existe, portanto, menos ingerências e possibilidade de usufruto indevido do poder estadual. Aqui, neste recanto, com 10 milhões de pessoas, com um sistema bastante centralizado, há oportunidades incríveis para confundir o Executivo com as pessoas que o encabeçam.

Isto é admissível por sermos pequenos? Não, não é. É espectável que o Governo opte por caminhos perigosos, tentando agarrar tudo com tentáculos, através da politização de todos os cargos de relevo nacional? É normal que o legislador ordinário chegue ao sal do pão? É tudo válido pela estabilidade? Para mim não o é. Porque há coisas que não são admissíveis pelo simples facto de na sua génese, na ética, serem censuráveis. As pessoas são facilmente indromináveis. A segurança é importante? É. Mas não o é sem medida nem peso.

Berlusconi é um ser execrável. Ataca o poder judicial e isso é um péssimo sinal. O Berlusconi nos EUA já tinha sido lapidado e trucidado, tenho a certeza. Em Portugal era uma coqueluche pop. Os latinos são assim. Olhemos para a América Latina e os seus problemas e conflitos ademocráticos de poderes. Olhemos para a Espanha, a Itália, Portugal e a Grécia, com ditaduras de Direito pomposas e longas. Olhemos, por oposição, para os Ingleses ou os povos nórdicos, com as democracias mais sólidas e justas do Mundo. É uma questão de mentalidade? É. É fatal por isso? Não. As opção criam-se, não se aguardam, com inércia. Foi isso que os Americanos fizeram, desde do sec. XVIII, e que nós, em Monarquia, em Estado e em III República demoramos a fazer. Acho que não percebemos desde cedo a profundidade e a estupidez dos pequenos actos. Hoje espiona-se o PM, amanhã ataca-se o Procurar, depois não percebe o poder do Parlamento, a seguir...

Por acreditar na democracia não entendo os Italianos nem os portugueses neste momento. A prova do nosso deficit democrático vê-se na incapacidade de um Governo dialogar perante Maioria Relativa. Afinal, onde se vê a democracia ocidental de um povo? Na ditadura das maiorias? Creio que não. Isso faz-me lembrar os partidos únicos, que são óptimos para controlar o poder legislativo e tendenciar as opções.

Portugal e Itália merecem muito mais do que os Sócrates e os Berlusconis da política. Acho que aí concordamos.

Abraço

Nádia Alberto disse...

Ao som de "eye of the tiger" o cenário torna-se sangrendo e medonho: de um lado Luís, o temível galo das meninas de Direito da UM, patrocinado por Manuela's e Lda e representado pela Escola de Direito da UM, já está a aquecer com pequenos kicks e ganchos ameaçadores ao seu adversário. Do lado aposto, está o temível Eduardo, o chique, o candidato a padre pela Católica do Porto, já estrabucha suor e bafos quentes quando tem na sua mira Luís. Ao sinal da apoquentadora sineta, ambos se vão debater para tentar dar muito tau tau um ao outro. A saga é violenta, meus senhores. O momento está prestes, Luís tira as lentes, Edu arruma os óculos, e...!!!!!!! Não percam o próximo episódio, porque nós também não!!

Luís Gonçalves Ferreira disse...

O Luís não tira lentes, porque desistiu de as usar. ;) Andas a ver muitos filme Rambo, cara Nádia. :)

Hugs and Kisses

Eduardo disse...

Caro Luís, vamos por partes (como diria Jack o estripador):



Para ti (faço o obséquio de te tratar na segunda pessoa do singular :)) essa estabilidade existe, mas essa estabilidade não é transmitida aos eleitores… alguma coisa falhou então. Das duas uma, ou estás tu enganado, ou estão a maioria dos portugueses…eu estou do lado da maioria, acho que a mensagem política por ex. do PSD foi fraca, ao contrário do CDS, que obteve um bom resultado, graças a uma boa campanha, com ideias concretas que afectavam os eleitores, goste-se ou não (e eu não gosto), mas teve-as.

Não parto do principio, como faz Vasco Pulido Valente por ex. e Maria Filomena Mónica, entre outros de dizer que lá fora é que está tudo bem, que nós somos indígenas (palavra por VPV mto usada), porque estudaram no Reino Unido, e porque acham que aquilo é e cultura, e sociedade.

Eduardo disse...

A difamação do poder judicial como te disse, é transversal a qualquer partido político, seja PS, seja PSD. E deixa-me que te diga, que todos os dias vejo sentenças, todos os dias vejo despachos, todos os dias se faz justiça nos tribunais. Generalizar a Justiça aos casos mediáticos e ao Processo Penal é errado, e é intelectualmente desonesto. Atenção, que não me estou a referir a ti, mas a todo o mediatismo que assistimos.
Quero com isto dizer, que ainda há uns dias num tribunal, uma juiz (de uma grande comarca) disse-nos que os seus julgamentos, de crime, em tribunais colectivos, estão a demorar menos de um ano desde a prática do ilícito penal!! Dizes isso a alguém na rua, e ninguém se acredita.
Agora também te digo, que corresponde à verdade, que em muitos processos, a justiça não se faz, muito pelo contrário, faz uma coisa pior, mói. E isso é gravíssimo, casos como Paulo Pedroso são gravíssimos. Mas também é um facto, que o Estado português foi condenado, sendo que essa decisão, está a fazer jurisprudência, por conseguinte, cada vez mais aceitamos a responsabilização dos tribunais, dos juízes, do poder judicial.

Eduardo disse...

Quanto aos EUA, é evidente que comparar a realidade americana, com tudo o que ela comporta, é complicado, e não é correcto. O que quis dizer, e afirmo-o, é que todas os países democráticos, e as grandes democracias (sendo evidentemente a dos EUA uma delas), têm problemas, e vão continuar a ter. Volto a dizer-te que para o peditório do país tuga onde tudo está mal, que é tudo corrupto, de que “anda meio mundo a trabalhar, e meio mundo a roubar”, do “quer tudo viver à pala do Estado”, não dou. E



A politização existe em todo o mundo, mais uma vez falo-te dos EUA: não há órgão de comunicação social que não seja politizado, seja TV, sejam Jornais, etc. O Supreme Court americano tem juízes eleitos vitaliciamente pelo Presidente – cada presidente elege um juiz. Falamos do nosso Constitucional, e lá, é exactamente a mesma coisa.


Quando me falas do legislador ordinário a regular o pão, alerto-te para um facto: 70 por cento da nossa legislação é comunitária, ou de aplicação directa (Regulamentos, decisões por ex), ou indirecta (maxime Directivas). As questões da ASAE, do pão, das normas por eles fiscalizadas, advêm do legislador comunitário. É verdade, infelizmente temos também uma lei do ruído feita por alemães e nórdicos, que ao contrário de nós, não falam para a “central”, como os latinos. E isso é extramemente negativo, porquanto, toda a legislação, não obstante ser emanada pelo Parlamento Europeu, deveria ter em conta as especificidades culturais de cada país. De facto, um sueco e um inglês, adora vir cá almoçar uma omeleta e um hambúrguer. Deve-lhe fazer confusão um cozido à portuguesa. Legislou por ex. no sentido, de os restaurantes não poderem ter pão do dia anterior. Correcto? Hmmm sim, esqueceram-se da açorda alentejana, que é feita com pão do dia anterior…
Estas pequenas ironias, talvez não tão pequenas, e demasiado graves, não são maioritariamente só nossas. É um dado inquestionável. Há uns anos, um antigo Bastonário da OA, Augusto Lopes Cardoso, numa aula alertou-nos para isso mesmo, para o perigo da sociedade ultra-regulada. A História fala-nos por ex. do regime Nazista.


Quanto ao Berlusconni, para mim é execrável, para os italianos não o é. E há que perceber as razões, não vamos só dizer que eles adoram o chamado “pão e circo”, e julga-los num sentido não intelectualmente positivo. Se há coisa que os italianos têm, é cultura filosófica, politica, do Direito, das Artes...com quem temos muito que aprender.

Podes de facto dizer que tivemos ditaduras. É um dado inquestionável. A França tb a teve com Napoleão. E que dizer dos Alemães, e de Hitler?

Relativamente à América Latina, digo-te o mesmo. Há 30 anos, eram todas ditaduras militares, pró Americanas: operação condor, morte de allendre, pinochet, perón, ditadura no Brasil, Baptista em Cuba, etc etc…percebo perfeitamente porque vês a esquerda pseudo.socialista emergir, e ganhar democraticamente eleições. É a coisa mais natural, como foi natural teres visto o PREC, e o verão quente, naquela altura.


Falas em dialogar com maioria relativa. Concordo contigo, deveria ser possível, aliás, foi essa a vontade do eleitorado – não obstante, o que diz Cavaco Silva na sua autobiografia de que “só um louco governaria em Portugal sem maioria absoluta”.

Um Abraço


Eduardo

P.S. – Nádia, é melhor não entrares na batalha, porque com dois não aguento :)e posso ser tudo, menos chique, muito menos casto como um padre!!

Luís Gonçalves Ferreira disse...

Vamos então por partes, seguindo eu as tuas, porque assim é mais fácil:

A estabilidade, actualmente, com este Governo (ou meio-Governo ou coisa do género) não existe. A crise não ajuda e os números traem o Governo, dia após dia, sem que ele possa controlar. É mau e péssimo tentar arranjar estrategas e bodes expiatórios para justificarem as más políticas. Nem tudo é colocável no saco da crise, porque o endividamento aumenta e os Magalhães oferecem-se e os telemóveis distribuem-se pelos velhotes. São política sem verdade, onde dinheiro dos CONTRIBUINTE é canalizado, em tempo de crise, para 30% das empresas (as quais geram, apenas, 20% do emprego em Portugal). Ou o Governo vive no México ou eu ando lunático, errante, e vejo mal.

Eu não sou derrotista, mas prezo-me à decência de ser realista. Não somos aborígenes, nem os pobrezinhos que nos pintam. Faço questão de frisar isso, sempre. Malho é sobre o nosso país, os seus problemas, e verbalizo aquilo que vejo. Há gente é que abusa das hipérboles e outros que preferem os eufemismos. Eu cá aprecio o real.

Continuando...

Luís Gonçalves Ferreira disse...

O Estado felizmente não é impune. Ou ainda não é. Mas cada vez tentam mais que o seja ou que pareça ser. É o Estado pelo medo, que é típico cá no burgo, onde essa "coisa" é o motor da economia. Já diz o nosso professor de Direito Administrativo que não processo que mova mais dinheiro do que aqueles de Direito Público. Eu confio nos meus Mestres, corrige-me se estiver enganado.

Eu não tomo a parte pelo todo. Ou tento não tomar, porque as generalizações são perigosas. A Justiça tem nuances tão grandes e imensas como os juristas que a deveriam seguir, por brio da profissão. Uma coisa é básica: os tribunais são independentes. Os políticos às vezes esquecem-se disso. É por saber apenas o básico das coisas é que provavelmente só as tomo pelo grosso.

Luís Gonçalves Ferreira disse...

Para muitos a democracia é um problema. Felizmente não a tomo assim e revolto-me para quem o parecer crer. Não dês para o peditório, mas também não tomes as coisas más como fatais. É um lamento cujas soluções começam em todo lado, menos aqui (grosso modo).

O Reino Unido nem separação de poderes à maneira continental tem e,mesmo assim, funciona lindamente. Os EUA e o Reino Unido têm um sistema tão dispare - em termos jurídicos - do nosso que é complexo comparar as duas dimensões. Desacredito dessas afirmações quanto às ingerências. Tenho medo que as estejas a confundir com relações capitalista do Estado com as empresas privadas de comunicação. Do género troca de favores, estás a perceber. Todos sabemos que não há no Mundo, provavelmente, administração e legislativo mais permeável a Lobbys que o dos EUA. É uma mente muito Puritana e capitalista, sobre a qual merecem atenções de ordem história, filosófica e social.

Quando ao sal do pão, voltas à fatalidade. Que eu saiba a União Europeia (ainda) não é uma Federação. Por razões culturais do Continente europeu, as tendências legalistas são transversais aos pólos decisórios. Por não sermos Estados Federados ainda existe uma margem bastante lata, segundo sei, de discricionariedade que permite respeitar as especificidades de cada cultura. Se não existe é muito complicado conseguir uma união política tão eficaz como a económica.


Pelos italianos me merecem tanto respeito intelectual é que critico Berlusconi. Há certas coisas na vida - nomeadamente os estados de necessidade (que justificam claramente a questão alemã e foi por isso que a omiti estrategicamente) - que levam gente como a Italiana a tolerar coisas dessas. Esses mesmo povo, carregado de louros históricos, aceitou Mussolini como coisa boa, aqui há tempos, por estado de necessidade. Não devemos observar essa realidade por respeito ao edifício grandioso da cultura Italiana? Parece-me que não. Bem vistas as coisas, caro Eduardo, a Itália não é pródiga em democracias, assim como nós. Entre poder dos senhores feudais, reinos espartilhados, poder papal e imperial, a liberdade fica ali perdida. Embora os grandes brocardos do Direito sejam latinos, a Justiça nem sempre morou plenamente por aquelas bandas. Tudo tem mácula, até as grandes culturas, porque é fruto de eras e contextos próprios - é a grande dificuldade do historiador e a do jurista também.

Hitler, como disse, teve um contexto completamente especial de subida ao poder, recalcado de mágoas nacionalistas e preconceitos e problemas económicos com a França. A Alemanha progrediu imenso, mas, não obstante, viveu desde a 2.ª Guerra espartilhada por uma divisão política. Engraçado que os alemães, entre principados e Sacro-impérios nunca tiveram grande unidade cultural. Foi a 1.ª Guerra Mundial que fez o resto e os enviou, junto com Hitler, para aquele caminho medonho.
Os nacionalismos renascem hoje no centro europeu, nomeadamente da Áustria, creio que por razões muito particulares.

Quanto à América Latina isso só confirma a minha tese: Falta de cultura democrática, fruto das raízes culturais latinas. Algumas massas têm vontade de mudar, e andam em pêndulos, no espectro política. A América Latina é um barril de pólvora, por ter problemas como ao tráfico de droga, a pobreza e a corrupção que em tudo interessam aos sistemas do 1.º mundo. O socialismo pode parecer a solução mais fácil, mas o tempo provará o contrário, como aconteceu em Abril, na China pré-"economia socialista de mercado" ou naquele gigante fundado nos tanques do Pacto de Varsóvia.

Eu ando muito sociologista ou é falta de argumentação?

Acho que como todas as conversas minimamente civilizadas vamos chegar ao ponto em que concordámos um com um outro em certos pontos, porque estamos sempre a aprender uns com os outros. Isso sim é natural e uma fatalidade do melhor que existe.

Abraço

PS.: A Nádia podia-se meter aqui com a sua cultura, porque eu já estou só na base do contra-ataque.

Luís Gonçalves Ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eduardo disse...

Caro Luís, desculpa o delay na réplica, no entanto só consegui mesmo hoje…
Também por partes, digo-te que a crise não é desculpa para tudo, concordo. Agora o “real” que tu falas, tem também que obrigatoriamente englobar o cenário macroeconómico…que está à vista de todos. Não é preciso ser um Nobel da economia para perceber, que a nossa economia jamais crescerá neste cenário de crise mundial.
Quanto aos Magalhães, concordo parcialmente, pois o que aponto quanto a este programa e-escolas, e.escolinhas, e-etc, é a falta de concurso público, porque em si, no meu entender, a medida é positiva.

Há coisas que dizes, que vão muito para além de eu ver o copo meio cheio, e tu, meio vazio.

Eduardo disse...

Ora vejamos, dizes que o Estado não é impune. Cada vez menos o é. E ainda bem. Graças a quem? Graças por ex. ao amadurecimento da democracia, do papel da União Europeia, do bom jornalismo que por vezes cá se faz…etc.
O Estado pode ser motor da economia, mais uma vez, numa economia muito menos dependente do Estado, como é a dos EUA, falo-te dos apoios do Estado à General Motors, da Leman Brothers, da AIG, etc etc etc.
Dizes que confias nos teus Mestres, também eu confio. Mas também já te devem ter ensinado, que não deverás aceitar argumentos de autoridade só porque alguém afamado e reputado o diz – deves analisar em si o argumento. E o argumento de que é em Administrativo que existe mais dinheiro, é bastante duvidoso. Porque, se é um facto que os negócios com o Estado compensam (veja-se recentemente as buscas a uma conhecida sociedade de advogados, porque em causa estava o negócio dos submarinos), a maior quantidade de processos é nos tribunais Judiciais (e não na jurisdição administrativa). As fusões, aquisições, o direito comercial, o direito societário, a banca, as insolvências, são o pão nosso de cada dia nos tribunais, e disso falo-te, porque é essa a minha realidade.

Eduardo disse...

Também dizes que os tribunais são independentes. Eu gostava que assim fosse. Já foi pior? Já! Podia ser melhor? Podia! (já pareço o Prof. Marcelo no Assim não!). No entanto, essa construção de Montesquieu, como falas (e muito bem), não necessitou de surgir por exemplo em Inglaterra, porquê? Porque a revolução industrial inglesa deu-se sem qualquer tipo de interregno absolutista, e das “luzes”. Foi directamente da época medieval para o liberalismo (Paulo Rangel tem um livro a falar exactamente no Poder Judicial, e na construção de Montesquieu).
Como diria Beccaria, os tribunais, e os juízes deveriam ser a “boca da lei” de forma independente, mas muita coisa ainda tem que mudar, como as nomeações politicas para os Conselhos Superiores das duas Magistraduras (judicial de do Ministério Público), para a Magistratura Judicial e Admnistrativa, em que cada presente do STJ ou do STA, é respectivamente presidente do seu Conselho Superior.

Eu não sou fatalista:), nem o chamado “optimista céptico”,

Eduardo disse...

Dizes que no Reino Unido funciona lindamente. Porque dizes isso? Na prática, até podes dizem que sim, em termos dos princípios não (na minha opinião). Voltando ao Montesquieu, no seu “espírito das leis”, quando estuda o sistema político (e não jurídico, pq aí a história é outra), diz-nos que o regime inglês consegue aglomar os três regimes de Aristóteles: Democracia (câmara dos comuns eleita); Aristocracia (Câmara dos Lordes não eleita); e Monarquia (Rainha Inglesa).
Se eu gostava disso no meu país? Não obrigado, não sou um fã de monarquias (embora saiba que muitos dos países mais estáveis e desenvolvidos poderão ter monarquias).
Nos EUA o sistema é totalmente diferente, e dar-nos-ia para outro tipo de discussão quanto por ex. à eleição dos juízes, à nomeação de juízes vitaliciamente no Supreme Court. Mas eu gosto do sistema americano, é diferente, e apenas isso, não consigo fazer um juízo de valor, se é melhor, ou é pior, porque isso só um académico, e nem assim..

Eduardo disse...

Dizes que a Europa não é uma Federação. Em termos formais não o é, materialmente é só observares! Qualquer semelhança no dia das eleições europeias com as eleições por ex nos EUA, em que cada país vota para um parlamento europeu, com os estados a eleger mais deputados mediante a sua população, etc, não é pura coincidência. Aliás, tens no PSD um conhecido Federalista (Paulo Rangel), que defende e assume isso de forma clara. Tens uma bandeira, um hino, um novo tratado (que não é uma constituição mais uma vez formalmente), leis emanadas por um Parlamento Europeu.
Também eu sou um federalista…mas defendo as especificidades culturais do meu país. E isso não está a acontecer na EU, mas não é pelo federalismo, basta olharmos para o paradigma do federalismo - a Suiça. Ou melhor para a Confederação Helvética, e vês as especificidades de uma Federação, dos Cantões, onde falam línguas tão diferentes como o Francês, Alemão, Italiano, Romanche, etc etc. E não deixam de ser federados, mantendo as suas tradições, a sua cultura.

Eduardo disse...

A Itália para mim é pródiga em termos políticos, jurídicos e artísticos. Basta ver que é modelo para muitos países quanto à sua organização jurídica (o nosso Código Civil em muita coisa é copia do italiano – nos Contratos por ex.; mas não só: uma das coisas que Atartuk, ditador é certo, mas responsável talvez pela única democracia do mundo árabe, a Turquia, copiou na primeira metade do sec XX toda a lei italiana para este país árabe).
A Itália aceitou Mussolini. Volto a reafirmar-te que a Alemanha aceitou Hitler, responsável pelo Holocausto, e pela Solução Final. E aceitou-o democraticamente. Tudo o que aconteceu no Nazismo foi legal, do ponto de vista jurídico (Anna Arendt ensina-nos isso no seu “Origens do Totalitarismo”), não foi um “estado de necessidade”. Aliás, Luís, muitos dizem também, que esse “estado de necessidade” de que falas veio de Bismack (responsável pelo militarismo necessário para a unificação da Alemanha) e do falhanço da Republica de Weimar.
A liberdade anda tão perdida em Itália, como anda pelos outros países, disso podes ter a certeza. Podes falar de ditaduras em todo o lado. E como tu, também eu, gosto de Inglaterra, falo-te na ditadura de Cromwell.

Eduardo disse...

Em relação à América latina, utilizo o teu argumento social e cultural.
Tu achas que é falta de cultura democrática, eu acho que se ela não existe (e olha que não me acredito nisso), deve-la ao mundo “democraticamente instruído e erudito”, onde a grande democracia por ex. dos EUA, muito tempo para lá andou a divertir-se. E esquece princípios, esquece democracia, tudo estava na base da realpolik que Kissinger defende, e que a politica externa americana sempre defendeu.
O Brasil para mim é o exemplo máximo, desse “socialismo” como falas, em que Lula ganha graças aos pobres, que por acaso são a maioria da população. O Brasil está a crescer, e vai continuar a crescer – ainda bem, mais não seja pela língua que falam. Petróleo, gás natural, industria pesada (aviões da embraier, voam por ex pela portugália), etc etc.

Resta-me desejar-te um feliz e santo natal, com muita cultura democrática, dos clássicos :)

Um abraço

Eduardo

Anónimo disse...

UFA Nádia dou te os parabéns por teres conseguido arrecadar todos estes comentários no teu post!
Que dizes reunirmos todos estes pensamentos e publicarmos num livro, hein?
Como tiveste a brilhante ideia de publicar este texto, concedo-te 20% dos lucros. Que dizes? Fechamos negócio?

Dra Cromo Filosófica (ainda cromo por sinal)