domingo, 8 de novembro de 2009

Efemeridade da infância




Quem não se lembra do famoso Dartacão?

Tenho a certeza que despertei em vocês, caros leitores, uma certa nostalgia, uma certa saudade daqueles tempos em que tudo parecia mais fácil.
A verdade é que agora está tudo mudado. Nestes tempos seriamos crianças totalmente diferentes do que fomos há uns dez anos.
Penso que a infância de agora não é tao saboreada quanto foi a nossa, a dos nossos pais, avós. Agora parece tudo tão superficial. Tem-se as PSP, os Morangos com Açúcar...Nem sequer dá na tv desenhos animados de manhã!
As nossas crianças são cada vez mais adultas, mais perspicazes, diria até, manhositas! Tudo isto reflecte o caos que se encontra na nossa sociedade.
Tudo deve ser vivido a seu tempo! Não devemos confundir a infância com a adolescência.
Bem, talvez sou eu que vou a encontro das ideias tradicionalistas, demasiado retrogadas para uns. Enfim, esta é a minha maneira de encarar os factos actuais.

Quando tiver o meu Afonso ou a minha Vitória, vou fazer tudo para que tenham algo parecido com o que eu tive: um chocolate ou um paozito sentado no sofá a assistir a desenhos animados. Como é claro vão assistir ao Dartacao!

"Com o teu jeito de criança,
vais teimar com o vento,
e rir das marcas dos teus pés pelos caminhos.
E um dia já distante,
numa janela da cidade,
lembrarás desses campos,
com saudades... "

Sem mais,






8 comentários:

Nádia Alberto disse...

Afonso? Então Afonso não ia ser o meu? O meu conquistadorzinho da mãmã?? Estou mesmo a ver que nos vamos pegar àa chapada nos respectivos baptizados!

Anónimo disse...

Pronto pode ser Guilherme!

Mas porreiro, porreiro era eu ter um menino e tu uma menina e eles depois casarem-se...Era em grande n?? lol

kiss

Nádia Alberto disse...

Ai querida, deixemos estas conversas para quando estivermos a arranjar as unhas! Fico envergonhada com estas coisas ^^ E isso é uma coisa PI-RÓ-SÁ e fora de moda! Os filhos já não se prometem antes de nascerem! Isso era no tempo do teu padroeiro, homónimo do meu futuro xuxuzinho da mãmã! Tente laicizar-se dessas coisas. E se forem incompatíveis? Imagine: ele do vitória e ela portista? Não ia dar coisa boa! Dava logo violência doméstica...pelo menos se saisse à mãe!

Luís Gonçalves Ferreira disse...

Tenho-te a notificar que eu sou do tempo da Playstation e dos Morangos. Okay, viamos o Dartacão e assim, mas as crianças agora percebem de Inglês e de computadores como nós nunca iremos perceber. Uma mão lava a outra, uma geração tem os seus bens e os seus males. Acho que esse empobrecimento não começou neles, mas antes em nós, os de 80-90's, que vêm formados de gerações que pouco ou nada souberam decentemente de liberdades e libertinagens.

Vocês andam a ficar mesmo velhinhas, santos deuses. :)

Beijo!

Anónimo disse...

Meu caro amigo Luís existem algumas incoerências no seu discurso:
1ª) eu tive a infância que tive e penso que domino bem o Inglês. Não teve nada que ver a aprendizagem do Inglês com estas modernidades;
2ª) Os Morangos apareceram tinha eu à volta dos 13 anos, ou seja, já não era uma criancinha de 6 ou 7 anos né? Por isso tu deverias ter uns 14.
3ª) Os anos 80/90 foram os anos com maiores êxitos a todos os níveis. Não me parece que tenha começado nessas gerações, mas sim a partir de 2000 (aproximadamente). De facto, nota-se que as crianças gostam mais de ver coisas que nada ajudam ao seu crescimento moral. Talvez a culpa não seja delas, mas sim do que a sociedade lhes oferece.
4ª) Hás-de reparar no discurso que um miúdo tem com 7 anos e o discurso que nós (pelo menos eu!) tinhamos com essa idade. Tudo menos infanil. Falo por experiência própria, uma vez que já lidei com inúmeras crianças.

Nádia: era engraçado ver o que um vitoriano de gema fazeria a um portista! heheh

Cumprimentos

Luís Gonçalves Ferreira disse...

Diana - Caso não saibas a formação mais importante das crianças não é nos 6/7 anos, mas sim na segunda socialização, lá nos alvores da adolescência. Passando esse pequeno impedimento da Psicologia, as crianças de agora têm mais traquejo a inglês do que tu tinhas na idade delas, a não ser que tenhas tido inglês logo na primária, aquando das primeiras letras na língua materna. Eu não acho que a decadência seja nas geração 00's, porque não tens distanciamento temporal para medir isso. Repara, uma pessoa que nasça em 2000 tem, por matemática da idade, 9 anos neste momento. Nada, numa pessoa de 9 anos, se poder afirmar de decadente ou mal-vício. Até porque, cara Diana, a geração mais decadente é a nossa, mesmo com Dartacão e Power Ranger à mistura. Somos a geração dos prazeres fáceis, dos amores enlouquecidos, das paixões vertentes, do gasto incomensurável. Não podes falar como se tivesses 40 anos, numa alegada pertença a uma outra geração, formada por Abril, pouco sabedora de gestão de liberdades, amante do crédito e submissa à Cunha e adversa ao mérito. Eu acredito neste nova geração dos 00's. É deles, muito mais do que nossa, esta era da tecnologia e da informática, onde eles dão passos largos, maxime, em frente ao Magalhães. A culpa nunca poderá ser deles, visto que nem possuem exercício de direitos. :) Essa coisa da Moral nem sempre é bom ofício ou boa lavoura, dá-nos tantas teias que não conseguimos caminhar empoeiradamente. Eu discordo, em absoluto, e para terminar, dessa visão tão pessimista das nossas crianças. São novas demais para serem apedrejadas por estes preconceitos dogmáticos todos. Filhos de épocas diferentes são filhos de mentes diferentes. Nem sabemos o que vai acontecer amanhã.

Beijo, dear :)

Anónimo disse...

Caro Luís, a sabedoria popular é preciso ter em conta e o que reza é que é de pequenino que se torce o pepino.
É de conhecimento geral que a formação pessoal, intelectual de uma criança começa até dentro da barriga.
Obviamente, que depois existe a formação complementar ao longo dos anos, mas a primordial começa com os primeiros meses de gestação.

Em relação à aprendizagem do Inglês ou de qualquer outro tipo de língua, uma vez que o Inglês já passou a ser obrigatório de saber, a verdade é que não depende de estarmos em 1990 ou em 2000. O que está aqui em causa são as capacidades do indvíduo para a apreender conhecimento e claro está, o nível socio-economico em que a criança se encontra.
Nestes últimos anos, Inglês passou a ser obrigatório nas escolas primárias. Concordo, pois é com 7/8 anos que se aprende melhor qualquer língua. Mas é verdade é que na minha época da primária, já existia muitas escolas e muitos infantários com Inglês, por isso não é desculpa para a nossa geração advogar que não tem tantas aptidões para o Inglês como esta nova. E revelando um pouco da minha vida: comecei a ter ingles aos 7 anos e só bem me fez!

Bem, mas o que eu comentei no post, não foram as aptidões para o Inglês ou para a o conhecimento tecnológico, mas sim a "espicacez" que as nossas crianças têm. A todos os níveis principalmente na linguagem corrente, ou seja, no seu discurso. A inocência infantial passou a ser algo teórico, porque na realidade na prática isso não existe.

Enfim, não somos psicologos, nem profs primários, mas estamos a ter alto diálogo.
estou a gostar heheh

kiss my friend

Luís Gonçalves Ferreira disse...

Eu percebi o post, dear Diana. Eu só não acho que a geração em questão esteja, de per si, dotada de um fatalismo ancestral que as colocará num patamar a baixo de nós, no livre desenvolvimento da sua personalidade. Eles têm mais valias, que já não passam pela situação sócio-cultural (como passava a informática ou o inglês na nossa primária), mas sim pelo simples facto de frequentarem uma escola pública. A geração do desenvolvimento precoce começou connosco Diana, a geração das grandes taxas do sexo e alcool precoces, onde essa tal moralidade pouco ou nada influencia este ou aquele comportamento.
Concordo contigo quando dizes que o crescimento é um todo, quase sem
epocas preponderantes. Mas, a Psicologia ensina que a socialização secundária forma-te a níveis extremamente importantes, que te permitem pensar para além da cabeça dos teus cuidadores e/ou pais, elevando-te a patamares de conhecimento aquem e além casa, tão complexos e amplos como as pessoas que conheces. Se a primeira infânica te ensina os ditames básicos da vivência social, a segunda diversifica-os e individualiza mais o teu ser no meio dos outros, colocando-te perante provações como as dicriminações e as diferenças factuais entre as pessoas. Os teus mecanismos de defesa aguçam-se e é aí que tu te reaprendes.

o grave, dear Diana, não são as crianças, mas sim os PAIS das crianças. Hoje os infantários e as escolas são depositórios de meninos mal-educados, sem pilares nenhuns, onde os pais passam a ser professores, onde não se sabe se a escola é o mesmo que casa, ou se escola é só a casa em que não se dorme. Esse sim é um problema que dota as crianças de uma fragilidade imensa, onde os valores básicos escaseiam e onde aprendizagem secundária se torna urgente.

Beijoca

PS.: Eu estou a amar esta conversa.