sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ad argumentandum

Um quarto de século. Vinte e cinco é a conta que já somamos do quão belo e pesado já temos as duas para contar. Tu não sabes, pois prometi que guardava segredo, mas houve um dia, lá em cima, ainda era eu promessa de vida, que me disseram que podia escolher uma mãe, uma luz para os meus dias cá em baixo. Escolhi-te imediatamente a ti: escolhi a mais bonita, a mais talentosa e a mais inteligente. Escolhi ser um vendaval, uma fúria da natureza, o escapismo dos dias incertos e o calor das noites frias. Escolhi que queria ser a tua “fotocópia aperfeiçoada”, badalada pelos teus beijinhos de periquito e educada pela cultura do ser e não do ter. No fundo, ser filha, braço direito e melhor amiga de uma revolucionária! Um sábio escreveu, certo dia, lá longe, que os bons amigos são a família que nos permitiram escolher, e é infinitamente bela a forma como preenches os dois pilares! Um brinde, dois, três ou mais, a isso.

Completamo-nos mutuamente. Não há nada mais contraditório do que crescer, porém aprendi contigo a construir as estradas no hoje, sem nunca esquecer o essencial invisível aos olhos do Principezinho, pela incerteza do amanhã, e que o que importa é quem és aqui e não o que tens. Ensinaste-me também a amar incondicionalmente. Comigo, aprendeste que muitas vezes um castelo pode estar construído em cima de areia e que as pessoas que mais amamos são-nos tomadas depressa demais. Tenho-te dito que, aos nossos olhos, a vida dos outros parece-nos sempre mais simples, e que o que somos não se conta pelas tragédias, mas pelo que aprendemos com elas. Aprendeste também a tornar as perdas em estrelas, e que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, a Terra não vai parar de girar para que tu o consertes. Há vitórias que exaltam, outras que corrompem; derrotas que matam, outras que despertam. Aqueles que nos preenchem os dias nunca vão sós: deixam um pouco de si e levam um pouco de nós. Como tão bem sabes, há corações a motor e há corações de poeta, e são estes últimos que nos bombeiam o espírito.

Independentemente de sentenças divinas ou científicas, quero que os nossos restantes dias terrenos sejam um púlpito à vida e ao amor, em campos verdes e orquídeos. A maior solidão é a do ser que não ama. Quero que os meus filhos tenham a tua raça, a tua beleza e a tua ternura, pois tens os melhores genes de quem também nos chamou para cá, e o brilho mais suave e cândido deste mundo que se faz deserto e que me faz ter sede de te encontrar todos os dias.

Obrigada por também me teres escolhido, por tudo o que deixaste para ficar perto de mim e pelas horas boas e más que nos populam os sentidos e domesticam a alma. Obrigada por me teres dado vida! Nunca te esqueças: só vivemos para sempre no coração dos que amamos!

E, por isto, Amo-te! Parabéns Mãmã!

2 comentários:

Anónimo disse...

Vocês as duas mesmo sempre à turra e à massa têm a relação mais especial que já vi =) Uma beijufa à Dra. Ana Lameiras! Maryyyy **

Anónimo disse...

Ahah fi-lo no meu aniversário, um bocadinho em cima do joelho, mas acho que gostou. Acho que todas as mães precisam de saber que estamos atentas a tudo o que nos dão, inclusive a vida, que deve ser sempre entendida como uma dádiva, independentemente das vicissitudes da mesma! E como eu não sou muito de dizer estas coisas todos os dias ... :P Obrigada baby. Comentar comentas, mas atender o tlm quando estou na capital já é outra história :P Só me deixas ficar mal: tinha levado este pessoal para os famosos pontapés na (piiiiiiiiiiiiiii) :D Ilu*