quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sorri

Sorri. 
Sorri como quem canta. Sorri como quem dança. Sorri. Sorri pela boca. Sorri pelos olhos. Sorri com os cabelos e a voz e a máscara que suportas. Sorri. Sorri com o corpo. E os gestos. E tudo o que tens. Alegra-te e sorri. Chora e sorri. Sorri e sorri. Só sorri. Sorri apenas. Sorri e fala. Fala e dança. E ama. Ama a sorrir. Sorrir faz rugas. As rugas fazem sorrir como fazem chorar. Sorri. Por dentro. Por fora. Por dentro como por fora. Sorri. E abre o peito ao sorrir. Espera por outro sorriso e por outro bailado em gargalhada. Sorri. 
Passei tantos anos a sorrir e sorrio a pensar que tenho uns tantos mais para o fazer. Gosto de sorrir. Gosto de amar. Gosto de dançar. Gosto de gesticular. Gosto de viver. A vida é um sorriso. O sorriso numa vida. Contemos tudo no mesmo passo e contra-passo. É tudo vida. Sorrir é bom. Sorrir é bom. Sorrir faz bem. Sorri. Em todas as línguas, porque sorrir não tem letras nem raças nem partes nem versos. Sorrir é universal. Ri-te da política, do futebol, da arquitectura, da arte, dos livros, da música e de tudo o que rejubila sentidos. Ri-te do perverso e do certo. Ri-te do mundo e do pormenor que ele tem. Ri-te na minha cara e na do próximo que aparecer. 
Ri.
Sorri. 
E gargalha. Baixo como estridente.
Está aqui. E aí.
Sê vivo. Sempre.

Luís Gonçalves Ferreira

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