Não é que o tempo importe nem que o relógio abrande, mas sinto vontade de regressar a ti, neste instante. Tenho sentido que a tua falta me torna mais frágil e instável. O sol quente, que não fere a pele cor-de-chocolate, abranda o frio que me consome quando te recordo. Tenho vontade de, ao primeiro instante no regresso, me revelar a ti, por completo. Sei que resposta me darias. E sei o que me confessarias. É por isso que me contenho e penso: já disse tudo e não me cabe dizer mais nada. É essa a verdade a que me tenho de prender.
Espero por ti, invariavelmente, no teu leito dia sobre dia, perto como longe, no sol e na chuva, sempre num relento, de brisa, que se chama amor. Não sei quando isto vai terminar, até porque consigo possuir segundos, horas e até dias que me contento com a tua amizade. Os momentos de desprazer e fragilidade fazem-me recordar tudo o que passamos juntos... tudo o que sonhamos juntos.
E com isto, às últimas horas do antepenúltimo dia de férias, apetece-me, pela primeira vez, debitar sal e reconstruir catedrais. Sal que são obra de lágrimas.
Sem mais,
Luís Gonçalves Ferreira
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