quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Meu querido mês de Agosto

"Meu querido mês de Agosto,

és querido, és desejado, pois encontro-me em férias. Sol, praia, esplanada, noites quentes, deitar e acordar tarde...sim, eu gosto. Faz parte da minha qualidade de vida.
Mas, a partir do momento que não me sinto em casa no meu país, as coisas mudam. Estamos em Portugal e que eu saiba ainda se fala em português. Sim, eu sei que "Algarve" agora se escreve "ALLgarve" para facilitar a vida aos ingleses. Irrita-me esses ajustes. Não escondo. Revolta-me. Para mim continuará para sempre "Algarve". Quem estiver mal, que se ponha bem. Para quê mudar o que está correcto? Porquê querer arruinar o que para mim é a língua mais bonita e sentida de todas que já ouvi?
Não concordo com o Portugal de outrora "Orgulhosamente sós", mas também há que saber preservar a nossa cultura de modo a fazer juz ao que os nossos antepassados sofreram.
Sou nacionalista e não me envergonho de o admitir. Tudo isto, se calhar, devido à educação que me deram, principalmente do meu avô paterno. "Temos que nos orgulhar daquilo que é o nosso. Senão, quem se orgulhará?" dizia ele. E concordo. Faz sentido.
Agora, só te peço, meu querido mês de Agosto que contigo trazes tantos que se dizem portugueses, para os ensinares realmente a falar português.
Estamos em Portugal, falamos português! Caso contrário, não vale a pena percorrer tantos kms até aqui e criar tanto movimento nas estradas portuguesas. Para ser sincera, o amarelo já me causa náuseas.
Despeço-me de ti, já com saudades!"
Mandei esta carta ao sr mês de Agosto. Esperemos que sirva para alguma coisa. A esperança é a última a morrer.
Sem mais,

2 comentários:

Luís Gonçalves Ferreira disse...

Algarve continua a ser Algarve, só a campanha de publicitação do Algarve lá fora se chama "ALLgarve". Não vejo mal nenhum nisso. É a língua em vitalidade, porque existem milhões de neologismo e empréstimos que tornam a língua mais viva e que nem notas que o são.
E como não sou contra ao Mudasti no dicionário, porque Marrafa vem de Marrafi (um dançarino italiano) e nunca ninguém se queixou. É isto a cultura: Uma língua que brilha. E não nos podemos envergonhar disso.
Coisa diferente é o novo pseudo-intelectualismo dos novos-ricos luso-qualquer-coisa que se deviam orgulhar muito mais do seu património e falarem português em terras lusas. Não é uma obrigação, mas um dever de quem se quer sentir e estar em casa.

Beijooo

Nádia Alberto disse...

Querida, deixe-se disso. Como futuras empresárias não nos podemos enervar nem tratar mal possíveis avecs presumivelmente clientes. Pense antes nas verdinhas a entrar e em não pedir mais nadinha aos papás. Apesar de a vontade em voltar para Braga já ter sido maior noutros anos, mal posso esperar por começar a tratar do pêlo às nossas futuras minas de ouro.

Pronto, eu mudo de assunto. Um serão inteiro nisto já vos chegou. Eu sei que odeiam a minha faceta capitalista.

Luís, o nosso novo e explêndido jogo do xadrez já canta na mala do meu carro, e segunda-feira já o levo para Castelo de Paiva. Tu depenas-me.

Beijinhos

PS - a caseira acabou de confirmar que não há mesmo frigorífico. Preparados para dormir dentro do rio?