sábado, 12 de junho de 2010

Xeque-mate?

Queria congelar tudo e ter uma mesa de Xadrez azul-cristal. Seria peça por peça, disposto por mim. Rainha sem Castelo. Rei solitariamente protegido. Mão imperativa, impiedosa. Mas, verdade seja dita, não me posso substituir a Deus. É ele a mão que põe e dispõe. Somos meras peças de Xadrez, dispostas. A estratégia é d'Ele. O corpo é nosso. A cor é nossa. Que linha fria esta que nos separa. Xadrez de metal gelado. São Bispos, Peões, Cavalos, Torres e milhões de xeque-mate. Nada definitivo. Temos a possibilidade de ser ressuscitados por uma entusiasmada investida de um peão qualquer. O pequeno torna-se grande. Fica Rainha. Dicotomia, esta. Cortina de ferro feita de fumo. É tudo volátil. Fraco e forte. São disposições arbitrárias ou jogadas meticulosamente arquitectadas? Há sempre lugar para o erro, certo estou. Certeza que é certeza pela existência infinita da aprendizagem. Sou mediano jogador de xadrez. Mestre de algumas peças. Principiante de outras. Sou fumo e fogo. Preto e branco. Xadrez.
O Xadrez, como a vida, é um jogo complexo.
Jogamos uma partida?

Luís Gonçalves Ferreira

2 comentários:

Anónimo disse...

Se trabalhasses assim para o livro como trabalhas para estas pequinitices já estavamos ricos, porra!

Luís Gonçalves Ferreira disse...

Ó Anónimo, o nosso livro está à espera de uma investida fortíssima. E escrevi isto em segundos :D Sou mesmo bom! ahahahahahah