sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Felizes, Infelizes anos da Adolescência

Quem não se lembra daqueles anos? Se calhar, são os que nos marcam mais!

Não sei se já ultrapassei os limites convencionais do que é ser adolescente, mas tenho a certeza que a piada de muitas coisas já se está desvanecendo. Parece que se olha para tudo de uma maneira diferente, não é?
Seria injusta se não me lembrasse destes anos com uma certa saudade. Fico angustiada quando penso que não posso voltar atrás. Talvez tivesse aproveitado um pouquito mais!! Não teria pensado tanto no futuro, isso de certeza. De um ano para cá, desisti completamente de traçar o meu futuro. Estou a viver o presente e a recordar os bons aspectos do passado.
Por que será que as pessoas, os sítios, os cheiros, as roupas, até a simples torradita que se comia nos intervalos a correr ou a sangriazita nos marcam mais naqueles 14/15 anos?
Que anos!! Por um lado felizes, divertidos, estouvados, relaxados, totalmente irracionais, surreais! Por outro, havia sempre aqueles momentos meláncolicos, aquele sentimento que está toda a gente contra nós!
E era exactamente nesses momentos meláncolicos, normalmente madrugadores, que me dava "pica" para escrever umas quantas barbaridades. Hoje ao arrumar uns pensamentos da minha adolescência, deparei-me com um texto que na altura foi tão bom para desanuviar, expelir uma quantidade exarcebada de angústia, tristeza e dúvida.
Aqui vai:
"Hoje vi-te! Prometo! Não sabia que eras tu. Juro! Mais uma vez chamaste a minha atenção pelos teus caracois loiros. Agora mais dissimulados, deves saber. Considero que tens um cabelo ondulado. Reparei que ainda estava molhado nas pontas...Estavas de costa. Há quem diga que se sente os olhares de alguém importante quando se está de costas. Sabes que nunca acreditei. Já tínhamos comentado. Surpreendi-me, caí na minha própria ignorância. Não foi a primeira e espero que não seja a última vez. A vida perderia o seu encanto, caso não fosse assim.
Viraste te no momento em que te fisguei, no momento em que duvidei que fosses tu. Nesses milésimos de segundos, pensei que já estivesse com alucinações. Tens esse poder sobre mim. Mas eras tu.
Vejo-te, sinto-te mais homem. O rosto de menino deu lugar a algo mais profundo.
Não tenho saudades tuas. Só dos efeitos que tens em mim. Estranho!
Quero saber de ti, mas não demasiado.
Quero ver-te, mas não quero voltar a sentir-te.
Quero te perto, mas não junto.
Quero guarda-te, mas não nas minhas coisas.
Sabes que fechando os olhos, imagino-te aqui. Imagino-te com 3, 15, 20 anos. Consigo mergulhar na tua cabeça e viajar nela. percorrer o seu passado e tentado desesperadamente adivinhar os seus pensamentos.
Penso demasiado em tudo. Tenho sempre algo a dizer e acredito que nem sempre tu ou os outros tenham tempo ou paciência para me ouvir. O mais engraçado é que falta sempre o essencial. Mas por que razão inventaram a palavra "essencial"? O que é essencial para mim, para ti?
Reflicto no futuro. Diante dos meus pensamentos, desenha-se uma casa só de um andar, um jardim sem flores, só com relva e árvores, oiço o ruído da água a correr do banho e eu a acordar...
O tempo é o que queremos fazer dele. Mas lembra-te: My heart will never be your home!
O pior de tudo é que sabes que és tu que estavas no banho."
Bem, usei aspas por algum motivo!
Seria improvável que agora escrevesse algo assim. Desenvolvi o capitalismo em mim não é?
Sem mais,

2 comentários:

an ' disse...

gostei do teu texto *.*
a maneira como escreves é muito boa !
e o texto fez-me recordar algumas coisas minhas (:

Heduardo Kiesse disse...

ui ui voltei lá atrás, um pouco nessa viagem!

abraços